segunda-feira, 28 de fevereiro de 2011

Edição Extra 178 - Carnaval


Tá chegando, tá chegando...

Piadas do Che Guavira


Concurso de piada
O sujeito recebeu um telefonema da comissão do concurso de piada.
— Senhor, ligamos pra avisar que tua piada foi desclassificada porque está invertida. Onde se viu piada de português onde burro é o brasileiro?
— Piada? Então fiz inscrição errada. Era pro concurso de documentário.
No registro de batismo
O escrivão estava recusando um nome.
— Não pode, meu senhor. Não podes batizar tua filha como Maria Buceta.
— Mas como? Se meu primo se chama Evaldo Pinto e até hoje ninguém implicou!
Tanto insistiu, que conseguiu.
O seguinte não foi menos polêmico.
— Não pode, meu senhor. Nomes que exporão a pessoa a ridículo são proibidos. Carlos Suely é nome duma personagem de programa de humor de Jô Soares, nos anos 1980, no Planeta dos homens, parceiro do super-herói Capitão Gay. Além do mais Suely é nome de mulher!
— Mas como? Só pra pobre é que não pode? Meu tio se chama Zé Maria, minha prima é Maria José. Na televisão tem artista que se chama Maria João, Raul Júlia, tem jogador Maradona. Até na literatura tem um romance que se chama Luzia Homem!
— Tá bom! Tá bom! Mas olhes que tens sorte. Se fosse em Portugal teria de tirar o Y e ficar Carlos Sueli.
 O homem de 6 milhões de dólares
Homem-aranha encontrou o ciborgue Steve Austin começaram a conversar. Homem-aranha perguntou:
— Mas cara, conta aí: Por que a mulherada não larga de teu pé? Por que és o homem de 6 milhões de dólares? Não. Com o dólar derrubado, não deve ser isso.
— Se eu tivesse os 6 milhões no cartão de crédito, poderia ser. É que espalhei rumor sobre minhas partes cibernéticas.
— O que sei é que o que tens de biônico são o olho esquerdo, a mão direita e as duas pernas.
— É... As duas pernas... e mais alguma coisinha...

quarta-feira, 23 de fevereiro de 2011

Reflexinhos e Reflexões


Não leves Ígor tão a sério, tio Sam. Só tem tamanho e é muito crianção.
Reflexinhos e reflexões
● Um ponto em que o Brasil é o extremo oposto a Eua é o tratamento a seu cidadão. Eua é como aquele pai extremoso, que é tudo pelos filhos, massacrando o resto do mundo pra prestigiar seus cidadãos. O Brasil é aquele pai porra-louca, que teve filho por acidente e que gosta de fazer bonito aos amigos, mesmo que tenha de sacrificar os filhos a isso. Assim custa retirar os cidadãos duma área em conflito, como agora na Líbia, tarda semanas pôr as forças armadas pra socorrer os cidadãos atingidos por uma catástrofe como a da região serrana fluminense. O Brasil é como aquele pai que tem nos filhos mão-de-obra barata, os sobrecarregando de imposto e não dando segurança, saúde nem educação mas, todo farofeiro, faz imagem bonita aos outros países. Pátria mãe gentil? Tá muito mais pra madrasta de Cinderela. Nisso temos de reconhecer que os ianques são (ou eram) muito melhores.
● O principal parceiro econômico da Líbia é a Itália. Cadafe gosta de ir à Itália pra ver espetáculo de modelos nuas. Berluscone... Bom, esse dispensa apresentação. Então a Líbia não é parceiro só econômico e os encontros de cúpula na verdade são encontros de cópula.
● Mas se processarão Cadafe por crime contra a humanidade por atirar nos manifestantes por que não fazem o mesmo com Buxe?, que fez muito mais. Mas é assim: Mãe solteira pobre é uma perdida, de classe média é mãe solteira, rica é produção independente.
● E a menina de 13 anos retirada da sala de aula por estar de bermuda? A alegação é de que era muito curta. É uma violência impedir uma criança de assistir aula, com um pretexto tão fútil. O direito duma criança assistir aula deveria estar acima de tudo e é preciso que se crie leis pra dar uns dias de cadeia a quem toma atitude dessa natureza. Se deve usar rigor e tratar de forma educativa na necessidade de se usar uniforme. Mas nunca, se adotando uniforme ou não, privar a criança de assistir aula.
● Ainda sobre o sumiço das abelhas. Explosões solares também podem ser uma causa. É de se estudar. Mas não acredito que seja uso de agrotóxico.
● Está chegando o Carnaval e lá vem a Band com aquele horrível carnaval soteropolitano, que nem é carnaval realmente. Se aquilo é carnaval então qualquer festa numa boate também é. E agora aquela moda horrível de beijação em massa. Os adolescentes (e marmanjos retardados) saem beijando na boca o máximo de garotas possível. Deixo aos epidemiologistas considerações sanitárias. Mas não posso deixar de lembrar que já vimos tantas vezes, nos bailes carnavalescos, travestis de fazer o queixo cair: Uma mulher perfeita, e das boas. Bom... Imagines um garotão beijoqueiro pensando que está beijando uma garota... E não adianta querer depois reclamar, no Procon (Procuradora de defesa do consumidor), contra produto falsificado.
● E o óscar? Só essa imprensa americanizada e inculta pra continuar paparicando essa festa chata, insossa, formalista e decadente.
À coleção Arquitetura patética


O Guri 001 - Ano 16 - 01/01/1955 - A Colheita Trágica


sábado, 19 de fevereiro de 2011

Xuxá 017 - 27/02/1951 - O Julgamento


Questões
● Se Margarida é uma pata, por que usa sutiã?
● Por que os Flintstones convivem com dinossauros se o homem surgiu há menos de 1 milhão de anos e os dinossauros desapareceram há 65 milhões?
● Por que tem a missa do galo se as galinhas não rezam?
● Por que tem patologia e não galinhologia?
● Por que as mulheres gostam tanto de roupa se o homem só as quer ver peladas?
● Por que fabricam carro que chega a quase 300km/h se não existe lugar onde se possa correr tanto?
● Por que a professora cobra conjugação verbal se na imprensa e nos livros falam tudo errado e em nenhum lugar se usa o certo?
● Por que japonês tem foto na identidade se japonês é tudo igual?
● Por que, no computador, tem de clicar em iniciar pra desligar e em desligar pra iniciar?
● Se a árvore é oliveira, por que dá azeitona em vez de oliva?
● Por que Peru é maior que Natal?
● Por que se vai ver o morto no cemitério se a crença é de que a alma está no Céu, no Inferno ou no Purgatório?
● Se a alma é imortal, por que ninguém quer morrer?
● Por que se dá graças ao alto se no espaço não existe alto nem baixo?
● Se a calcinha é pra caso vente, por que, quando venta e levanta a saia, se age como se estivesse sem?
● Por que em novela da Globo nunca aparece alguém assistindo Sílvio Santos?
● Se a bomba atômica está superada, por que lutam tanto pra evitar que o Irã tenha?
● Se os detetives flagram qualquer delito, por que não filmam os detetives piratas?
● Por que os ecologistas não defendem os matagais urbanos?
● Por que calça é um coisa que se bota e bota coisa que se calça, Tudo junto se escreve separado e separado se escreve tudo junto, afogado não é quem morre no incêndio?
● Por que quem está em depressão está muito pior de quem está na fossa?
● Se a natureza é perfeita, por que existe dentista, aleijado, câncer, gente que perde tempo fazendo pps e lista como esta (e lendo isto)?

quinta-feira, 17 de fevereiro de 2011

Assembléia Estelar - Histórias de Ficção Científica Política - Devir


DEVIR LANÇA PRIMEIRA ANTOLOGIA BRASILEIRA
DE FICÇÃO CIENTÍFICA POLÍTICA
  
Assembleia Estelar: Histórias de Ficção Científica Política, Marcello Simão Branco, organização e introdução. Capa de Vagner Vargas. São Paulo: Devir Livraria, selo Pulsar, dezembro de 2010, 408 páginas. ISBN: 978-85-7532-453-0. Preço: R$ 39,90.

Com histórias de Bruce Sterling (Estados Unidos), Ursula K. Le Guin (EUA), Fernando Bonassi, Orson Scott Card (EUA), André Carneiro, Henrique Flory, Flávio Medeiros Jr., Ataíde Tartari, Daniel Fresnot, Carlos Orsi, Roberto de Sousa Causo, Miguel Carqueija, Luís Filipe Silva (Portugal) e Roberval Barcellos.
  
Se é verdade que a ficção científica está mais associada aos temas da exploração do espaço, seres extraterrestres, viagens no tempo ou realidade virtual, ela também possui uma ampla relação com a política. A começar pela presença em narrativas utópicas que idealizaram civilizações mais virtuosas, posteriormente na presença de assuntos políticos nos enredos das histórias contemporâneas de FC, especialmente aquelas que exploram novas utopias, distopias ou sociedades alternativas, mas também especulações sobre a realidade social e política, tratando das instituições da democracia, da globalização e dos conflitos internacionais.
Assembleia Estelar é uma antologia inédita neste tema no Brasil, e desenvolve essa relação de afinidade sublinhando que a extrapolação sobre as formas de organização política, além de estar na gênese do gênero, tem muito a ser explorada. Esta é a principal intenção através de quatorze contos, com a presença de autores como os norte-americanos Bruce Sterling, Orson Scott Card e Ursula K. Le Guin, esta com seu conto “O Dia Antes da Revolução”, vencedor do Prêmio Nebula 1974. Além deles, Luís Filipe Silva, Daniel Fresnot, André Carneiro, Fernando Bonassi, Carlos Orsi, Ataíde Tartari, Miguel Carqueija, Henrique Flory, Flávio Medeiros Jr., Roberto de Sousa Causo e Roberval Barcellos contribuem com interpretações ficcionais de cenários históricos, sociedades ideais ou de pesadelo, investigações sobre configurações e efeitos das instituições políticas, além de possíveis guerras no futuro.

Sobre Assembleia Estelar:

“A ficção científica é o mais político dos gêneros literários: seus temas privilegiados são a opressão e a resistência, a guerra, as diferentes modalidades do exercício do poder ou a relação entre o ser humano e o meio ambiente. Os contos deste volume falam de eleições e parlamentos, de estadistas e de ditadores, de guerrilheiros e senadores. Mas falam, principalmente, de mundos alternativos, de realidades possíveis que não se realizaram. Partilham a convicção de que, longe de ser destino, a sociedade humana é fruto das escolhas que seus habitantes fazem.”

— Luis Felipe Miguel, Professor de Ciência Política da Universidade de Brasília.

“Marcello Simão Branco organizou uma antologia com histórias variadas e interessantes, ressaltando mais a política brasileira em vez da estrangeira, já que constam três autores norte-americanos (Le Guin, Card e Sterling), entre eles, os mais conscientes de diferenças culturais e conhecedores da cultura brasileira ou latinoamericana. O restante dos autores estão mais sensibilizados sobre a condição do gênero no Brasil. Com os temas da redemocratização no Brasil, mundos distópicos, histórias alternativas, caos urbano, o consumismo, a tecnologia, Assembleia Estelar tem tudo para repercutir e provocar variados debates tanto para o leitor experiente, como para o iniciante do gênero.”

— M. Elizabeth Ginway, autora de Visão Alienígena: Ensaios Sobre Ficção Científica Brasileira e Professora Associada na Universidade da Flórida, em Gainesville.

               Devir Livraria: “Líder em ficção científica, fantasia e horror”
Rua Teodureto Souto, 624 - Cambuci - São Paulo-SP, CEP 01539-000
Fone: (0__11) 2127- 8787 - horário comercial
Mais informações: marialuzia.devir@gmail.com
Visite o nosso site: http://www.devir.com.br/

terça-feira, 15 de fevereiro de 2011

Relatório 4 - Em Missão Urgente buscando Inteligência


Relatório 4
do enviado especial XYZ ao planeta 3
Em missão urgente buscando inteligência
a dom Piqwỹ Lagarrr Urraur nã-Ữluarurr
Governador-geral do sistema Altair
O enviado anterior já levantou o alto custo do minuto publicitário no meio televisivo arqui-primitivo do planeta 3. De modo que quando um presidente fala em rede nacional é só nos casos mais relevantes. Muitas vezes se quer ouvir melhor a opinião dum especialista numa reportagem sobre um tema polêmico e o repórter vai cortando logo, dizendo pra responder rapidamente.
E quando abrem exceção? Pra transmitir uma quadrilha junina ou um desfile carnavalesco? Um debate sobre a situação do país? Um lançamento literário? Plano de segurança, educação e saúde?
Não. Quando um jogador de futebol muito reputado decide se aposentar a mídia tem uma paciência de Jó com seu discurso arrastado e enfadonho, choramingando e forçando pieguice, ocupando, por exemplo um programa esportivo inteiro seguido dum tal Jornal Hoje, um jornal feminino, perfazendo meia hora duma fenomenal perda de tempo. Ainda mais que esses atletas costumam tomar anabolizante e depois se espantam ao ficar doentes.
O povo do planeta 3 é mesmo estranho. Sofrem todo tipo de abuso e nunca se revoltam. Pagam imposto excessivo e só são atendidos pelo serviço de saúde pagando, não recebem indenização quando uma árvore cai sobre o carro nem protestam quando os políticos roubam todo o dinheiro que seria pra essas e coisas mais mas quando seu time de futebol favorito vai mal ficam revoltados e saem quebrando tudo. Se deixam escravizar por trabalho estafante e enfadonho a troco dum dinheiro miserável mas quando alguém se dá publicamente a um prazer que secretamente almejam mas se envergonham de manifestar começam a protestar em nome da moral e da decência.
Ainda assim doam tudo, fazem trabalho voluntário e quando acontece uma tragédia acorrem fazer doação, quando era o governo que deveria atender rapidamente, já que cobra tanto imposto. Assim o governo fica mimado, acomodado, se acostumando com o fato de que os próprios escravos se ajudam mutuamente. Assim mimando tanto o governo esses pobres escravos só se prejudicam. Mas não enxergam isso e continuam sendo ingenuamente abnegados e dedicados, e se orgulhando disso, tal qual pai milionário que mima o filho que logo vira delinqüente.
O emissário anterior ironicamente disse que só falta lhes extraírem o sangue, pois o dinheiro já doaram tudo. Mas não é que inventaram um jeito de se passar o sangue dum a outro? Assim podem atender doentes e feridos. Criaram os hemocentros. Agora esses zumbis do planeta 3 correm a doar sangue, mesmo sabendo que a quase totalidade dos receptores é motorista embriagado.
Agora também doam pele, órgãos, medula. Só não doam cérebro. Isso é, miolo, porque a consciência também já doaram.
Está difícil mas persisto buscando sinal de inteligência no planeta 3, pra que façamos contato.
Informe 4
del enviado especial XYZ al planeta 3
En misión urgente buscando inteligencia
a don Piqwỹ Lagarrr Urraur nã-Ữluarurr
Gobernador-general del sistema Altair
El enviado anterior ya levantó el alto cuesto del minuto publicitario nel medio televisivo archi-primitivo del planeta 3. De modo que cuando un presidente habla en red nacional es solo nlos casos más relevantes. Muchas veces si quiere oír mejor la opinión dun especialista nuna reportaje sobre un tema polémico y el reportero va pronto cortando, diciendo para responder rápidamente.
¿Y cuando abren excepción. Para transmitir una danza de cuadrilla junina o un desfile carnavalesco. Un debate sobre la situación del país. Una novedad literaria. Plan de seguridad, educación y salud?
No. Cuando un jugador de fútbol muy reputado decide se jubilar la prensa tiene una paciencia de Job con su discurso arrastrado e aburrido, lloramingando e forzando un sentimentalismo pueril, ocupando, por ejemplo un programa esportivo entero seguido dun tal Jornal Hoy, un periódico femenino, total de media hora duna fenomenal pérdida de tiempo. Aún más que esos atletas suelen tomar anabolizante e después se espantan al quedar enfermos.
La gente del planeta 3 es realmente rara. Sufren toda clase de abuso e jamás se rebelan. Pagan impuesto excesivo e solo son atendidos por el servicio de salud pagando, no reciben indemnización cuando un árbol cae sobre su auto ni protestan cuando los políticos roban todo el dinero que sería para esas y cosas más pero cuando su equipo de fútbol favorito va mal quedan rebelados e salen rompiendo todo. Se dejan esclavizar por trabajo fatigante y aburrido a trueco dun dinero miserable pero cuando alguien se da públicamente a un placer que secretamente desean pero se avergüenzan de manifestar empiezan a protestar en nombre de la moral y de la decencia.
Aún así donan todo, hacen trabajo voluntario y cuando ocurre una tragedia acorren hacer donativo, cuando era el gobierno que debería atender rápidamente, ya que cobra tanto impuesto. Así el gobierno queda mimado, acomodado, se acostumbrando con el hecho de que los propios esclavos se ayudan mutuamente. Así mimando tanto el gobierno esos pobres esclavos solo se perjudican. Pero no miran eso y continúan siendo ingenuamente abnegados y dedicados, y tienen orgullo de eso, tal cual padre millonario que mima el hijo que pronto se torna delincuente.
El emisario anterior irónicamente dijo que apenas falta les sacar la sangre, pues el dinero ya donaron todo. ¿Pero no es que inventaron una manera de se pasar la sangre dun a otro? Así pueden atender enfermos y heridos. Criaron los hemocentros. Ahora esos zombíes del planeta 3 corren a donar sangre, mismo sabiendo que la casi totalidad de los receptores es chofer borracho.
Ahora también donan piel, órganos, medula. Solo no donan cerebro. Es decir, meollo, porque la conciencia también ya donaron.
Está difícil pero persisto buscando señal de inteligencia nel planeta 3, para que hagamos contacto.

domingo, 13 de fevereiro de 2011

Brasinha 012 - 12/1968


Piadas do Che Guavira


Telemarquetim
A vendedora do herbário era tão boa que vendeu uma muda de capim colonião a um fazendeiro, que voltou, com um camião, pra levar mais. O dono da loja ficou tão espantado com o talento da funcionária, que lhe deu um curso de telemarquetim. Após o curso um cliente entrou e avisou que viu uma formiga quém-quém e ia explicar como pôr isca pra matar.
— Formiga é 50 centavos.
— Mas olhe lá: Tá carregando folha!
— Formiga com folha é 1 real, senhor.
Umas de baiano
O taichichuã não nasceu na China, e sim na Bahia. Quando abriu a primeira academia de cunguefu baiana os baianos acharam muito cansativo aqueles exercícios, e iam fazendo em câmera lenta: Esticando o braço a um lado, a outro. O grito virou um bocejo. Assim foi inventado o taichichuã.
Na Bahia também foi inventado o ritmo do boi-bumbá. Foi na época do ieieiê, derivado nacional do ritmo dos Besouros (os Beatles). O ritmo quente do ieieiê foi se espalhando no Brasil. Indo ao norte passou na Bahia. Ali ficou bem mais lento, chegando ao Amazonas assim: iê...             iê...             iê...             iê...             iê...             iê...             ê-ê-ê. Assim nasceu o boi-bumbá.
Em São Paulo teve um tumulto no desfile carnavalesco e o chefe chamou o encarregado da operação:
— Podes me explicar como aconteceu de em vez de dispersar o grupo a tropa-de-choque virou trio-elétrico, sofrendo o vexame do pessoal correndo atrás e gritando Aiê!  Aiê!? Não mandei disparar esprei de pimenta contra eles?
— Sim senhor. Assim fizemos mas então que gostaram. Eram todos baianos!
Cesta-pileque
Um amigo contou que sua prima o convidou a ir à casa-de-praia dela, porque logo se mudaria, então que aproveitasse logo. Estava tentado mas tinha um problema:
— É que minha prima só fica legal quando toma um pileque. Quando ela liga pra conversar, toda amigona, já desconfio. Então, prestando atenção na voz arrastada, logo tenho certeza.
— Então iremos até lá.
— Tá louco? E se chegamos e está sóbria? Nos baterá a porta na cara!
— Não, não, não. Podemos preparar as malas. Meu plano é o seguinte: Não tem aqueles serviços de cesta-desjejum? Pois então. Montaremos uma cesta-pileque (uma garrafa de vodca, outra de licor, outra de vinho, outra de pinga, umas cervejas de alto teor, uns bombons de passas-ao-rum, umas amarulas se estiver na safra...) e meia hora após a entrega batemos à porta.

quinta-feira, 10 de fevereiro de 2011

Xuxá 016 - 20/02/1951 - A Trama do Destino


Reflexinhos e Reflexões


Reflexinhos e reflexões
Uma notícia no telejornal sobre o mistério das abelhas estarem abandonando as colméias, em Santa Catarina. Num apiário das 60 colméias 33 foram abandonadas com filhote e tudo. O mesmo fenômeno ocorreu em Eua. Não se sabe se o caso ianque teria a mesma causa do brasileiro. Por enquanto, dizem, é um mistério.
Aposto no magnetismo. Sabemos que a intensificação da telefonia foi desorientando o pombo-correio e é muito prejudicial aos outros pássaros. No mar é o sonar náutico o responsável pela desorientação dos cetáceos, os fazendo encalhar. Sonar que foi inventado baseado no sonar dos cetáceos. Creio que a causa mais provável do mistério do apiários seja a expansão das torres de telefonia celular. Contribuindo pra isso os satélites artificiais, internete, ondas radiofônicas e televisivas, etc. Duvido que os adeptos das religiões ambientalistas enfrentarão essa poderosa indústria. Acharão uma explicação qualquer.
Como na década de 1990 muito se falou do mistério de alta taxa de suicídio no município gaúcho de Nova Bréscia, de colonização italiana. O fenômeno deixou evidente a causa: Consangüinidade.
E por falar em ambientalismo: Já se pensou no quanto os ativistas estão se tornando fundamentalistas? Recentemente uma bióloga teve uma perna arrancada por um jacaré-açu e voltou à ativa, com pena do bichinho. Caramba! Isso é surreal! É bizarro! Não estamos exagerando? Não estamos nos comportando como aquela religião hindu que não permite que se mate ser vivo, nem uma mosca? Quando os deuses chegaram manipularam os hominídeos pra criar a humanidade e suspeito que tenham extinto perigosos remanescentes de dinossauro. O mesmo devem ter feito os nomos no mar, pois que até os crocodilos do Nilo os incomodavam. Estaremos sendo racionais neste nosso preservacionismo fanático? Acho que não. Devemos assumir o risco de extinguir ou modificar espécies perigosas. Afinal a natureza se acomoda a longo prazo. A natureza também faz isso. Podemos guardar os genes e eliminar as espécies perigosas. Não estou de acordo com esse preservacionismo fundamentalista, que mais tem de religioso e sentimental que de científico e racional.
E o incêndio que destruiu os barracões de quatro escolas na cidade do Samba, Rio de Janeiro. Tal qual o do instituto Butantã, enquanto o brasileiro não perder esse cacoete de deixar tudo pra última hora, de dar um jeitinho em tudo, de achar que Deus é brasileiro, de ser avarento e fazer tudo com qualidade meia-sola, não estaremos livres de danos irrecuperáveis como esses. Se ao menos isso servisse pra pôr fim ao estúpido sistema de desfile carnavalesco competitivo seria uma sorte. Competitividade é algo alheio, estranho ao espírito carnavalesco e faz parte do estúpido mundo do desporto, da civilização dos imbecis. Competição é uma característica incompatível com o que se define como Carnaval. Ainda mais esse sistema de notas subjetivas, fáceis de manipular. Quando uma escola não leva dez vira confusão. Melhor deixar tudo empatado e pronto!
E as crianças já estão de volta à aula. Tão cedo! Quando eu era criança as férias não eram assim tão reduzidas. Era o mês inteiro de julho e três meses inteiros: Dezembro a fevereiro. A aula só começava em março. E é assim que tem de ser. Intelectos sofistas, simplistas, raciocinaram que melhorar o ensino = aumentar carga horária. Isso = burrice. A criança tem de ter uma vida extra-escolar, conviver com os pais, primos, viajar. Freqüentemente ouço pais suspirando de desagrado porque os filhos estão em férias, e de alívio quando recomeça a aula. Acho que pais assim nunca deveriam ter sido pais, talvez nem mesmo filhos. Não está certo empurrar a educação dos filhos à escola. A escola tem de dar educação científica, o resto é lucro. Parece que não há mais pais e sim puros paridores. Quem não gosta de criança, não quer conviver com ela, por favor, não tenha filho. Quem não gosta de cachorro não adote um.
Em 2008 vimos essa aberração: A aula começar alguns dias antes do Carnaval. Pra quê isso? Só pra atrapalhar as férias, fazer quem viajava voltar ou perder aula. É muita estupidez. Será que as pessoas do setor são tão tapadas ou o sistema é tão burocrático que não permite flexibilidade? Mas dá na mesma. Sistema burocrático em excesso é produto de mentes tapadas.

sábado, 5 de fevereiro de 2011

Antologia Lovecraft em Fase Final


Antologia Lovecraft em fase final
Finalizando com as ilustrações, o projeto Lovecraft está aberto a quem quiser dar sugestão à ilustração dalgum conto, independente de se cadastrar na lista de comprador potencial (sem compromisso). A página é www.sitelovecraft.com
Os contos:
O chamado de Cthulhu
O horror de Dunwich
A sombra sobre Innsmouth
Um sussurro na treva
Sonhos na casa da bruxa
O habitante da treva (Haunter of the dark)
Talvez estará no livro:
A cidade sem nome
O festival
O habitante da treva
A música de Erich Zann
O depoimento de Randolph Carter
O inominável
Celephais
A busca de Iranom
O forasteiro
O sabujo
A história do Necronomicão
 O projeto nasceu da vontade do dono do sítio, Denílson, de fazer uma antologia de qualidade, pois os textos disponíveis em português são muito heterogêneos na qualidade de tradução. Não só em português. Constatei que traduções em castelhano também sofrem muito com pressa e interpretação presumida. Por exemplo, em A noite oceânica um trecho onde a personagem, hospedada numa casa sobre uma duna, saiu da casa e desceu a duna. Isso fica bem claro no original inglês. Mas na tradução castelhana diz que rumou ao sul. No mesmo conto a escuridão foi se infiltrando na casa pelas frestas e foi traduzido como a areia se infiltrando. No conto O sabujo um inteiro trecho descritivo duma revoada de morcego onde foi simplesmente omitido. Estes três exemplos dão idéia clara do problema que é a tradução relaxada.
Participar do projeto foi muito enriquecedor porque Lovecraft usava uma linguagem muito conservadora, arcaica até, um inglês muito britânico, do século 19 ou dantes, repleto de citação erudita e expressão em latim e outras línguas arcaicas, reais ou imaginárias. Seus poemas são dificílimos de traduzir, pois além dessas características se somam trocadilho, metáfora e outras figuras de linguagem. Assim os poemas passaram de monitor a monitor, na rede internética, com revisão e re-revisão, discussão, consulta. De modo que os poemas terminaram numa montagem de vários tradutores. Nalguns casos prevaleceu minha versão, noutros casos, por exemplo, apontei um verso da versão de Louise como a melhor, e a adotei.
Por exemplo, no poema Uma elegia a Franklin Chase Clark, verso 4 (minha versão em preto):
A fleeting fame, or momentary praise,
How little wished he, and how nobly scorned.
How oft were Learning’s deeper, richer ways
Sought out by him, and by hi hand adorned.
Fama efêmera ou elogio fugaz
muito desprezava, tampouco queria
Contumaz, cultura fina e erudição veraz
que perseguia com elegante  caligrafia
A fama fugaz, ou momentâneas apologias,
Quão pouco desejava, e nobremente desprezava.
Quanto eram do saber mais ricas e profundas vias
Por ele buscadas, e por suas mãos ornamentadas.
A fama passageira e o elogio fugaz
Ó! Quanto os desprezou e, nobre, escarneceu!
Antes, só a cultura e a erudição veraz
buscou sempre e por sua mão embeleceu.
Muito discutimos esse verso por causa da expressão hand adorned. Seria figura de linguagem. Eu disse:
— Não faz sentido mãos ornamentadas (será que Clark pintava as unhas, tinha mãos tatuadas ou usava anéis de prata? Creio que não, pois tais aberrações seriam destaque na biografia). Buscou sempre e por sua mão embeleceu ficou horrível.
Então constatei que no dicionário inglês da enciclopédia Barsa hand (mão) também significa caligrafia. Então hand adorned ficou elegante caligrafia. A única opção que faz sentido.
Também foi muito enriquecedor discutir o estilo, como aportuguesamento, aglutinação e outros, ficando ao antologista escolher sua preferência.
Quem não conhece a obra de Lovecraft não sabe o que está perdendo, pois é um dos expoentes da literatura de horror, ao lado de Poe e Maupassant, por exemplo.