Escã de Waldir Rabello
terça-feira, 30 de dezembro de 2014
quinta-feira, 25 de dezembro de 2014
Os
López nunca quiseram concertar as divisas com o império
Olá sr. Bondius. Obrigado pelo comentário. No original no jornal está consertar. Na linguagem corrente (não sei se só no Brasil) tem sentido de arrumar, restabelecer. Consertar um aparelho que pifou, consertar a bicicleta. Concertar é no sentido de evento, café-com-concerto, concerto, recital, concerto musical. Seria no sentido de combinar, dando idéia de sincronia, ritmo. Consertar as divisas seria no sentido de se reunir pra estabelecer um consenso, tratado, contrato. Não eram divisas que estavam erradas a ser consertadas, endireitadas, mas combinar uma, criando, na base do consenso, as divisas que ainda não existiam.
Claro que é um conceito discutível, mas me pareceu mais adequado concertar em vez de consertar.
Olá sr. Bondius. Obrigado pelo comentário. No original no jornal está consertar. Na linguagem corrente (não sei se só no Brasil) tem sentido de arrumar, restabelecer. Consertar um aparelho que pifou, consertar a bicicleta. Concertar é no sentido de evento, café-com-concerto, concerto, recital, concerto musical. Seria no sentido de combinar, dando idéia de sincronia, ritmo. Consertar as divisas seria no sentido de se reunir pra estabelecer um consenso, tratado, contrato. Não eram divisas que estavam erradas a ser consertadas, endireitadas, mas combinar uma, criando, na base do consenso, as divisas que ainda não existiam.
Claro que é um conceito discutível, mas me pareceu mais adequado concertar em vez de consertar.
Nas entrelinhas da história
Os López nunca quiseram concertar
as divisas com o império
Acyr Vaz Guimarães
O
|
s dois López nunca quiseram concertar os limites
territoriais com o império do Brasil. Parece incrível mas é a verdade!
Por que parece incrível?
Porque se supõe que a guerra do Paraguai (1864-1870) aconteceu por causa
de terras que os López contestavam e as queriam de qualquer maneira!
Mas, não!
Tanto dom Carlos Antônio López quanto seu filho Francisco Solano López tinham certeza de que as terras que
contestavam não lhes pertenciam.
Dom Carlos Antônio López tinha certeza de que a divisa da república do
Paraguai com o império do Brasil se fazia no rio Apa. Em 1843 o então
capitão-tenente de nossa marinha, Augusto Leverger, por determinação do
gabinete imperial, foi a Assunção pra fazer uma visita de cortesia a dom Carlos
Antônio López, partindo de Cuiabá, província de Mato Grosso.
Leverger, por informação do próprio presidente paraguaio, soube sobre um
mapa do país elaborado pelo geógrafo espanhol que viveu muitos anos no
Paraguai, dom Félix Azara. Dom Carlos, a pedido de Leverger, mostrou o mapa,
visto com precisão, conforme relatou ao gabinete imperial, que a divisa com o império
era no rio Apa ou Correntes. Como Leverger não foi pra tratar de limite, nada
se falou a respeito, mas Leverger tomou boa nota do assunto!
Dom Carlos Antônio López não conhecia a fronteira norte de seu país e
procurou saber a exata posição do rio Apa ou Correntes, solicitando ao
ex-comandante do forte Olimpo, Manoel Antônio Delgado, o informar com todos os
detalhes, respondendo a uma série de pergunta. Com a informação, dom Carlos Antônio
López soube que o rio Apa ou Correntes era, como é e sempre foi, o mesmo rio de
hoje. Dom Carlos López Antônio não ficou em dúvida.
Noutro lado, devia constar em seus arquivos notícia de 1792, portanto passados
55 anos aproximadamente, quando o Paraguai ainda era colônia espanhola, a
descrição de sua fronteira norte, feita por dom Diogo de la Vera, por determinação
do governador espanhol dom Joaquim Alós, que dizia: Esta província se estende no
norte e na margem oriental do rio Paraguai até o rio Apa ou Correntes que verte
no rio Paraguai nos 22º4’ 35’’... que é o paralelo geográfico do mencionado rio
(hoje e sempre).
Se percebe que o rio Apa ou Correntes, estipulado por dom Felix Azara e
por dom Diogo de la Vera, é o mesmo. Sem dúvida, a divisa do território
português, então capitania (1792), com a província espanhola do Paraguai, se fazia
no rio Apa, de paralelo geográfico 22º4’ e alguns segundos, que jamais mudará, prevalecendo
ante a denominação Apa ou Correntes, que pode mudar.
No exposto bem se vê que jamais os López ou outro presidente poderia
mudar a divisa, a não ser com acordo mútuo.
Então o filho mais velho de dom Carlos Antônio López, general com
dezoito anos, Francisco Solano López, mantendo severa quizila contra o império
do Brasil, sem razão de ser, deve ter influenciado seu pai pra não aceitar o
rio Apa ou Correntes como linha divisória mas o arroio (que passaram a chamar
de rio) Branco, bem acima do rio Apa, desembocando perto do forte Olimpo,
paraguaio, situado na margem direita do grande rio. Nenhuma razão para isso! Só
porque o arroio Branco desembocava perto dum forte paraguaio?
Em 1847 presidente Carlos López mandou Juan Gelly ao Rio de Janeiro, pra
tratar dos limites. Gelly propunha as divisas no rio Branco (um arroio que seca
durante as estiagens), em vez de no rio Apa. Nada argumentava pra mudar a
divisa do rio Apa (de acordo com o mapa de Félix Azara) no rio Branco, senão
que desembocava quase diante do forte paraguaio de Olimpo.
Nasceu ali a velha contenda. A terra entre o Apa e o Branco seria
paraguaia?
O império sabia que não, mas presidente López insistia que sim, sem
demonstrar a razão que o levou a assim proceder.
Como encontrou sérias e justas razões postas pelos diplomatas
brasileiros, que contrariavam as pretensões do presidente, resolveu propor que
ao menos fossem aquelas terras colocadas como neutras, sem ocupação por uma ou
outra parte. A questão ficou em estudo, sem solução. Mas López insistia!
Presidente López tinha em mira a navegação segura, sem percalço, até o
forte Olimpo. Se as terras entre o Apa e o Branco fossem, como eram,
brasileiras, essa navegação poderia ser vigiada, como fazia no trecho do rio
que atravessava seu território. Se neutras, sem ocupação, ou paraguaias, a
navegação seria livre, como queria o presidente. Essa foi a razão da destruição
dos alicerces do forte de Fecho dos Morros, em 1850. Se construído, cercearia a
navegação do rio, tornando vulnerável o forte Olimpo, colocado entre os fortes
de Fecho dos Morros e o de Coimbra.
Como os López sempre pensaram em guerra, jamais abririam mão das terras
entre o Apa e o Branco, mesmo sabendo que não lhes pertenciam de direito.
Presidente Carlos López tinha consciência de que aquelas terras não eram
paraguaias, escrevendo em 1852 a seu ministro plenipotenciário Moreira de
Castro: ...no
tocante ao território da direita do Apa só peço neutralidade, não propriedade
nem possessão dum palmo de terra...
Com essas palavras, que estão nos arquivos paraguaios, tudo fica
esclarecido, embora a tradição oral, propositalmente mal conduzida, as
desconheça.
Noutro lado, na bacia hidrográfica do Paraná, a proposição de Gelly, em
1847, no Rio de Janeiro, pro limite territorial, era na cumeada da serra de
Maracaju, desde o salto de 7 Quedas até as vertentes do rio Branco, nesse caso incorrendo
no erro de situar as vertentes do Branco na dita serra, quando ele nasce dali a
mais de 100km (na serra de Bodoquena). Mas a divisa seria (bom repetir) na cumeada da serra.
Sumariando:
Presidente López propunha a divisa no rio Branco, na bacia do rio
Paraguai, dizendo que ele nascia (não nasce) na serra de Maracaju.
O presidente propunha que, não aceita a divisa no Branco, fosse a área
entre o Branco e o Apa posta como terra neutra (pelas razões que expusemos).
Do lado da bacia do Paraná a divisa correria na cumeada da serra de
Maracaju (ou Amambai) a partir do salto de 7 Quedas (desaparecido).
Tudo acontecido em 1847.
Mais tarde veremos como tudo isso foi modificado pelos López!
Em 1852 o representante paraguaio Moreira de Castro (português de
nascimento) esteve no Rio de Janeiro pra tratar dos limites e doutros assuntos
relativos ao tratado de 1850.
Moreira de Castro refazia a proposta de Juan Gelly, de 1847, isto é, as
divisas ao norte de seu país seriam no rio Branco ou, na melhor das hipóteses,
fosse transformado o território entre o Branco e o Apa num território neutro.
Repetição do proposto por Gelly.
O gabinete imperial mais uma vez recusou a proposição paraguaia, fato
que levou Moreira de Castro escrever, a seu presidente, que o assunto só se
resolveria pelo feliz resultado duma guerra contra o Brasil. Carlos López
respondeu: A
república do Paraguai não quer guerra contra alguém. Muito menos contra o
império do Brasil. Mas não está disposta a sempre tolerar o roubo e os assaltos
que fazem as tribos selvagens que o Brasil mantém no território contestado
[...] e no tocante ao território da direita do Apa, só peço neutralidade, não
propriedade nem possessão, mesmo dum palmo de terra... [Assunto já
tratado].
Os índios guaicurus, embora sempre provocassem destruição em território
paraguaio desde remotos tempos, seriam apenas uma desculpa de López pra
neutralizar o território, porque, na verdade, conforme já dissemos, era a
navegação do rio Paraguai até o forte Olimpo sua grande preocupação! Queria uma
navegação livre, sem vigília brasileira!
Tanto Moreira de Castro insistiu neutralizar o território, que o
gabinete imperial se dispusera a neutralizar uma faixa entre os rios, conforme
disse a Carlos López seu representante Moreira de Castro: Após repetidas entrevistas o ministro
brasileiro se mostrou disposto a neutralizar uma zona entre o Apa e o Branco. Chegado,
portanto, o momento de prolongar a discussão, mas Carlos López chamou Moreira
de Castro de retorno. Se estava obtendo bom resultado, por que não continuar a
discussão com o gabinete imperial?
Vencido o grande inimigo do Paraguai, ditador Rosas, da Argentina, em
1852, Carlos López não mais precisando do seu protetor, o império do Brasil,
procuraria, doravante, dificultar o entendimento com o gabinete imperial, tanto
que devolveu as credenciais do embaixador brasileiro Pereira Leal, em Assunção,
por motivos de somenos importância, tão logo chegara do Rio de Janeiro seu
representante Moreira de Castro! Talvez nisso residisse o retorno desse seu
representante sem discutir a neutralização da faixa entre o Apa e o Branco, em
via de ser acertada com o ministro brasileiro de estrangeiro.
Então estava na Europa o filho mais velho de Carlos López, general
Francisco Solano López, jovem ainda, fazendo compra de armamento e contratando
técnico pra levantar a usina de Ibicuí, o arsenal de Assunção e outras obras,
como o telégrafo e uma ferrovia, de vista voltada a uma guerra contra os
vizinhos, conforme entrevista que concedeu ao jornal La tribuna, de Buenos Aires, em 1856.
Portanto houve razão pra que as missões brasileiras no Paraguai, pra
tratar de limite, não tivessem sucesso. Uma carta do ex-ministro de estrangeiro,
Paulino José de Sousa, com quem Moreira de Castro tratara a neutralização do
citado território, explicou tudo. Vejamos o que disse a visconde do Rio Branco:
Conversando
há dias com senhor Calderón de La Barca, que foi muitos anos diplomata, e
ultimamente ministro de negócio estrangeiro na Espanha, e recaindo a
conversação sobre as antigas colônias espanholas do sul da América,
especialmente sobre o Paraguai, contou que, sendo ministro, aparecera em Madri
e se lhe apresentara dom Francisco Solano López, filho do presidente daquela
república, quem lhe pedira o reconhecimento da independência e lhe propusera um
tratado no qual punha uma condição e seria que a Espanha assegurasse ao
Paraguai os limites pretendidos e decidisse a questão com o Brasil. Senhor
Calderón apresentou essa proposta como um bom exemplo da ignorância paraguaia
em assuntos internacionais e da presunção com que, em troca de suas importantes
relações, além de seu reconhecimento (da independência) punha uma condição tão
insólita. Porém refiro a V. Exa. este caso, como mais uma prova da muito
pensada relutância de presidente López em resolver conosco a questão de limite
de modo diverso daquele pelo qual teima decidir.
O que dizer?
Excertos
tirados do livro em preparo De Francia a
Solano López
Correio do
Estado
Campo Grande, Mato Grosso do Sul
Sexta-feira, 10.10.1997 e sábado-domingo, 18-19.10.1997
domingo, 21 de dezembro de 2014
CSI Campo Grande 5 - O caso das piadas de português
Episódio 5
O caso das piadas de português
Texto de Mário Jorge Lailla Vargas
1
Se é, sai.
Se não é, não sai
O CSI Campo
Grande foi concebido pra investigar casos que os outros órgãos têm vergonha de investigar.
Por isso a agência foi acionada pra desvendar o estranho caso das piadas de
português.
A uma semana
dum encontro mundial de criminalística uma série de espãs com piadas de
português começou a grassar nos meios afins. Isso causou muita preocupação nos
organizadores do evento, pois as piadas causariam mal-estar com nossos
patrícios.
Por sorte a
agência não ficou desfalcada com a saída de Miro, transferido ao CSI Natal,
porque se engraçou cuma loura potiguar em suas andanças topográficas no Rio Grande
do Norte e se mandou de mala-e-cuia. Assumiu a chefia Cláudio Manuel, o rei do
micro, que já foi de tudo, até madeireiro, assim podendo dar mais versatilidade
à puída, maltrapilha e esfarrapada agência. E no lugar de Lígia entrou Ramão
Pontes, eficiente ajudante de pai-de-santo, pra não desguarnecer o lado místico-parapsicológico
das investigações.
A coisa estava
tão feia, que até o CSI Campo Grande recebeu uma gozação:
— Sabes como
se chama o CSI Coimbra? Se é, sai. Se não é, não sai.
Cláudio
telefonou a Mário, consultor honorário interino improvisado:
— Ô, cara.
Provei um lote do lote de hidromel, que acabou de maturar aqui, e tava tão bom.
Tomei um pileque. Vás adiantando lá.
Quando Mário
tocou a campainha soou uma voz:
— A senha!
— O marajá de
Aracaju manda já lingüiça de Maracaju com carne de maracajá e suco de maracujá.
O pessoal
reunido na roda-de-tereré. Gláuder chegou de Ponta Porã pra ver uns negócios.
Estavam discutindo essa verdadeira instituição nacional que é a piada de
português. Gláuder metia o pau e quase monopolizava o tema. Quase, porque Ramão
é outro páreo duro. Ramão disse:
— Vejamos o
que Mário tem a dizer. Gláuder disse que as piadas nasceram porque os portugas
são burros mesmo, o que é um evidente absurdo.
— Ramão está
certo. A origem do anedotário é mais uma conspiração maçônica. Pra demolir o
império dos países católicos, instigaram as independências. Aqui, como somos
muito achegados ao colonizador, instigaram as piadas como forma de o
ridicularizar. E caímos nessa feito patinhos, em vez de manter uma comunidade
ultramarina, como a britânica.
— Quer dizer
que as piadas são mais uma conspiração? — Ciro arregalou os olhos. — Então
devemos mesmo proibir as piadas?
— São. Mas pra
anular a conspiração temos de contar piadas inteligentes e esquecer as
ofensivas, pois proibir é outra conspiração.
— Caramba! Que
o negócio é enrolado!
Lígia mostrou
o relatório do CSI Ponta Porã:
— No mês
passado teve o encontro criminalístico mundial em Assunção. Um canal de tevê
brasileiro entrevistou um criminalista lusitano. Mal o luso disse estar
contente de publicar novas técnicas e outras a ser discutidas no encontro,
apareceu um sujeito, evidentemente disfarçado, barba muito negra e espessa e
óculos escuros, fazendo bem o estereótipo do espião nos cartuns humorísticos, e
disse ser preciso traduzir o português lusitano ao brasileiro: Que o
entrevistado disse que queria era ir logo ao encontro no Brasil, pra ver muita
mulata e carnaval, mas que sua mulher não pode ver a entrevista. Pensamos que
seria um daqueles quadros de câmera escondida tipo topa-tudo mas soubemos que
não, e nas fitas gravadas do evento não mais se localizou o misterioso sujeito.
— Ciro tem uma
suspeita, pois tem uma correspondente lusitana, Raquel, que detesta
brasileiros. — Disse Gláuder.
— Bom... Pois
é... Ontem falei com Eugénia, do CSI Vila Real, confirmando que o Se é, sai. Se não é, não sai foi mandado
por Raquel.
— Muito
estranho. Pela lógica Raquel mandaria como piada de brasileiro. Então, Ciro,
conversemos com Raquel em conferência a três. — Disse Mário.
Ficou
combinado pro fim de tarde a conferência. Disse Ciro.
— Mas vejas se
não ficas ouvindo Agnetha a todo volume. Assim não ouves tocar o telefone.
2
Em mares nem
por Dante navegados
A conferência
começou no fim de tarde. Ciro apresentou Raquel.
— Pois é,
Mário. Raquel é a portuguesa que não gosta de brasileiro.
Conversa vai,
conversa vem. O papo se encaminhou às inevitáveis piadas.
— Cê sabe,
né?, Mário. Lá eles dão o troco. Contam muita piada de brasileiro.
— Então contes
uma, Raquel.
Assim, sem
querer, começou uma disputa meio repentista.
A mãe de Zé o
mandou comprar água oxigenada, 30 volumes, cremosa. Zé arranjou uma caixa de
papelão, catou na prateleira 30 frasquinhos de 100ml de água oxigenada. Como
não tinha da cremosa comprou um pote de chantili.
A caixa de
supermercado Manuela barrou o comprador.
— Mas como? Só
tem três itens aqui!
— Senhor, este
é um caixa rápido, máximo 10 volumes. Só este tubinho de água oxigenada tem 20
volumes!
Ciro gritou:
— Mário 1×0!
Por que o
Brasil está devastando tanto a Amazônia? As toras de madeira estão estocadas
pra largar na frente na pesquisa de células-tronco.
Por que o Brasil foi descoberto
por um português? Porque só um português procuraria a Ásia indo ao lado errado.
— Mário 2×0!
Nesse instante
foi se juntando uma turma ao redor das telas, formando torcida.
No domingo de
flaflu no Maracanã fizeram um sorteio dum carro. O sorteado tinha de acertar
uma pergunta.
— Qual é o
maior oceano? Mar Morto. E o povo gritando:
— Dá mais uma
chance! Dá mais uma chance!
— Qual é a
capital de São Paulo?
— Olinda.
— Dá mais uma
chance! Dá mais uma chance!
— Última chance:
Quanto é 2+2?
— 4
E o povo, em
uníssono:
— Dá mais uma
chance! Dá mais uma chance!
O portuga comprou na loja, no
valor de 150 escudos e optou pagar em 3 vezes. Tirou uma nota de 50 escudos.
— Esta é a entrada.
Mais duas notas de 50.
— Esta é pra depositaire no mês
que vem. A outra no mês seguinte. Ai, Jesus! Não vás depositaire antes!
— Mário 3×0!
Num acidente
aeronáutico em Brasília morreram todos os passageiros. No ano seguinte foi
anunciado que dobrou o número de mortos. Foi porque fizeram a reconstituição do
acidente.
Morreu o patriarca da família.
Todos se juntaram e decidiram comprar um casaco pra ficar apresentável no
funeral. Fizeram uma vaquinha e Manuel ficou encarregado de comprar. Todo mês
chegava a parcela da compra. Depois de trinta anos os irmãos reclamaram:
— Ô, Manuel! A pesada prestação
nunca acaba! Mas que raio de casaco caro aquele pra enterrar papai! Acaso era
bordado a ouro?
— Não comprei. Como estava muito
caro compensava alugar.
— Mário 4×0!
No Rio de
Janeiro o policial disse ao ajudante:
— O bandido
fugiu. Não mandei fechar todas as saídas?
— Fechei. Mas fugiu
via entrada.
O portuga telefonou à TAP e
perguntou:
— Quanto tempo dura a viagem
Rio-Lisboa?
— Ã... Deixes ver... Um minuto...
— Muito obrigado!
— Mário 5×0!
Zé não quis
entrar na loja. Negociou na calçada mesmo. O vendedor estranhou, mas como tem
comprador excêntrico, tudo bem. Pagou três vezes o valor do produto. O vendedor
achou que seria um rico excêntrico que fez questão de dar uma boa gorjeta ao
bom atendimento. 3 é número cabalístico. Vai ver que fazendo tudo triplo dá
sorte.
Noutro dia o
comprador entrou na loja e comprou normalmente. O vendedor estranhou e
perguntou o motivo da diferença.
— Ô!, mano.
Naquele dia tinha uma placa dizendo que era só hoje, pagando em 3 vezes sem
entrada.
Manoel ficou preso numa cela diante
da dum leproso. Dia após dia observava o
leproso cuidando das feridas. Até que caiu
um dedo do leproso, que o pegou e o atirou na janela. Uma semana depois caiu
outro dedo. O leproso o atirou na janela. Algum tempo depois caiu uma orelha. O leproso a
atirou na janela. Uma semana depois caiu
o pé. O leproso o atirou na janela.
Manoel não agüentou mais e pediu uma audiência
com o diretor.
— Olhes, senhor diretor, não quero ser chamado
de dedo-duro, mas o gajo que está na cela diante da minha está fugindo aos
pouquinhos.
— Mário 6×0!
Quando Deus fez
o mundo foi dividindo os países. Quando fez o Brasil o anjo ajudante ficou
admirado:
— Um país tão
grande, quase todo tropical. Não tem deserto, furacão, terremoto, vulcão nem
geleira. Cheio de rio e floresta. Isso é um paraíso!
— Não é uma
beleza? A região geológica mais estável do mundo. Será aqui o jardim do Éden.
E saiu
saltitando e cantarolando, todo contente.
O anjo viu o
Diabo espiando, com cara de pícaro.
— Ai ai ai!, seu Diabo. Tens a fama de estragar tudo quanto é paraíso. O
que aprontarás agora? Soltar uma cobra lá?
O Diabo deu uma
risota debochada e disse:
— Esperes pra
ver o povinho que colocarei ali!
Por que em Portugal as piadas são
contadas na sexta? Pra rirem na segunda.
— Mário 7×0!
Grrrrrr!
Qual é o maior
erro de português? Brasil. E não é Brazil!
Por que os portugueses são tão
burros? Foi a única maneira de os fazer gostar dos brasileiros.
Taí, Raquel, o gol de honra.
— Mário 8×1!
Então Raquel,
irritada com a patriotada de Ciro, decidiu encerrar a disputa.
A torcida
pegou uma cadeira e deu umas voltas com Mário sentado nela no alto, num
rompante de apoteose olímpica. Logo mais disse:
— Tiro Raquel
de minha lista de suspeito. Seu humor é meio recalcado, azedo. Bem diferente do
humor gaiato de nosso procurado. Raquel não tem piada de sua autoria. Sempre
piada que ouviu ou leu.
3
Sem deixar
vestígio
No dia
seguinte Mário chegou e entrou após declamar a senha:
— Tive um piti
depois do tititi que no Haiti, no Taiti e na lenda do Paititi não tinha tucupi,
tipiti nem tepurati, disse o mitaí tepoti.
O pessoal no
maior papo na roda-de-tereré. Imagines Gláuder, Ramão e Claudião juntos. Pra
Mário e Ciro era mais ouvir que falar. Imperdível. Ramão:
— ...Um amigo
meu, que é de lá, disse que Israel e os palestinos não querem a paz porque
entra muito dinheiro nos dois lados.
...Cláudio:
— Na escola e
nos documentários contam o fim da fase áurea da borracha como uma sacanagem das
potências, roubando semente de seringueira e plantando tudo junto na Malásia.
Mas não contam por quê fizeram isso. A seiva recolhida forma uma bola grande,
que é cortada em tira numa máquina. Os brasileiros fraudavam a venda colocando
pedra, o que danificava as máquinas. Então os borracheiros decidiram incentivar
um produtor honesto.
Gláuder disse
que um amigo tem uma teoria de por que as mulheres são chatas. Seria um fator
evolutivo. Sendo chatas forçam o homem a sair do acomodo, se virar. No que
Mário não concorda, pois acha que no caso humano esse estímulo é exagerado,
atrapalhando em vez de ajudar a evolução.
— Vejam os
portugueses, por exemplo. Se aventuraram em mares nunca antes navegados atrás
do caminho das índias e depois do caminho das negras, pra fugir das mulheres
portuguesas, verdadeiras megeras.
— Ai! Lá vem
Glaudão com seus estereótipos!
...Cláudio:
— Falam que os
africanos vendiam seus opositores como escravos. Mentira! A história não conta
que os portugueses usaram aimorés como mercenários pra caçar negros na costa
africana.
Cláudio
confessou que sobre o autor das pegadinhas não há vestígio.
— Estamos no
mato sem cachorro nem gato! Não temos pista. E o que é pior: Uma consulta ao
Ichingue revelou que não há vestígio material. Só falta o meliante ser um
piloto de disco voador!
Ramão disse
que na próxima sessão perguntaria a seu Carangá se tem pista pro caso, olhando
na tigela com água cheia de conchinha, que funciona como bola-de-cristal.
— Já que
carecemos de estrutura, dada a pouca verba pelo tradicional e nacional descaso
das autoridades, temos de nos apegar ao misticismo.
Com a
internete fora do ar, pois por falta de verba cortaram a linha de novo, Lígia
sugeriu conexão espírita. Gláuder disse:
— Teoricamente
se pode fazer uma sessão espírita conectada com outras, de modo análogo à internete.
Seria tipo uma psico-conferência.
Assim se
estabeleceu uma espécie de sincretismo do espiritismo cardecista de Lígia com o
afro de Ramão. O conflito era que Lígia
tinha de pôr todos de mãos dadas no escuro e Ramão acender umas velas no chão,
de três a três dispostas em triângulo. Mas enfim chegaram a um meio-termo após
gentilmente expulsar Gláuder, pois como cético cientificista empedernido e
admirador de padre Quevedo, dava curto-circuito em toda rede de inconsciente
coletivo. Por isso já foi expulso e barrado em centros algumas vezes. Mário:
— Se não é um
álien, então será Gasparzinho?
— Quieto! Se tirar
sarro, os espíritos não vêm.
Assim
conseguiram fazer uma busca numa espécie de Gugol do Além, os registros
acáchicos. Lígia estremeceu e desmaiou. Antes de voltar a Ponta Porã fez um
relatório sobre a tênue pista, que antes de ser lido foi roubado.
Mas na pressa
o ladrão deixou o final do relatório, poucas linhas no começo da página. Mário:
— Mas que
doideira! A pista psíquica aponta direto à casa e ao salão de Cleusa.
— A
cabeleireira minha amiga! — Ramão disse — Ninguém lá é do tipo intelectual,
capaz de fazer essas brincadeiras.
4
O que está
encima é igual ao que está embaixo
Cláudio disse
que foi ao salão pra falar com Cleusa.
— Disse que
nem tinha idéia do que acontecia. Não estava mentindo. Tenho experiência nessas
coisas. Mas o contador-fantasma, enviado pelo CSI Maiame, rastreou direto a sua
casa. A menos que a casa esteja muito assombrada...
— Mas esse
trambolho é confiável?
— Claro. Tecnologia
desenvolvida logo após o filme Os
caça-fantasma. Rastreia partículas subatômicas que são perturbações das ondas
de pensamento.
Ficou olhando,
desolado, o que seria um aspirador-de-pó mas era um contador-gáiguer pra
rastrear fantasma, e se retirou, coçando a orelha.
Mário foi
falar com Ramão num canto reservado.
— Não pedirias
pra seu Carangá ver na taça dágua uma pista?
— É que...
que... Tinha muita gente pra ser atendida, e quando eu ia falar, depois dum
ponto-de-fogo, não deu mais.
— Confesses. É
por isso que ficaste enrolando. E foste quem roubou o relatório. É seu Carangá
o autor das piadas!
— Imagina! Seu
Carangá é analfabeto!
— Mas gosta de
brincar!
— Temos de o
proteger. É nosso amigo.
— Na segunda
terá sessão. Conversemos consigo.
Cláudio voltou
cuma folha de papel na mão.
— Mas com os
mil diabos! Estamos no ano mundial do 1º de abril? Rodei o programa GhostTrack
4.7, enviado pelo CSI Lasvegas, e imprimiu um retrato-falado do suspeito. É um
preto-velho! É muita gozação!
No meio da
tarde da segunda-feira foram à sessão. Endereço difícil de achar, já que não tem
número na fachada. Deve ser pra despistar os maus espíritos. Na esquina oposta,
vigiando dentro dum furgão de vidraça escura, Cláudio esperava surgir alguém que
se enquadre ao retrato-falado.
Já no meio da
noite Mário e Ramão saíram, rindo como dois bêbados. E Cláudio ali.
— Seu Carangá
é o exu mais gente-fina. Um amigão.
— E muito
brincalhão.
— As entidades
são como as pessoas: Tem simpatia e antipatia, e todos os sentimentos humanos.
— O que está encima é como o que está
embaixo, o mais célebre provérbio da magia.
— E estava
preocupado com a agência não ter o que investigar.
—
Inacreditável que seja Cleusa quem incorpora.
sábado, 20 de dezembro de 2014
sexta-feira, 19 de dezembro de 2014
Solucionar appcrash
Em meu caso não foi suficiente. Então:
Tinha erro, corrigiu. Mas ainda não resolveu
Se não funcionar, o seguinte faz ação complementar à conexão
linque acima:
[equipo à
computador]
Então foi resolvido o problema
Não sei se são necessários os procedimentos anteriores ou se
o último é suficiente.
Interessante relato
sobre monumentos a Guia Lopes e Antônio João no Pão-de-açúcar, Rio de Janeiro.
Fascinante faceta desconhecida da história ou tipo histórias que não estão na
história
Não resisti a
comparar o guarda no parque de Medelim, que foi desfiando todo o histórico do
monumento naquela praça. Parecia um professor. Que contraste com o carioca
relatado na conexão acima!
Precisamos abandonar
essa mentalidade tipo não babou está
aprovado. Todas as profissões são importantes e merecem capacitação.
Qualquer guardinha, mesmo um flanelinha, passa ao turista alguma imagem sobre a
mentalidade local.
Era o agente quem
deveria informar a turista:
— Vejas, moça: Ali
tem um monumento muito interessante sobre nossa história. Aposto que não conheces.
A gente imagina se
não fosse a Farc atrapalhando, como estaria o bem-estar colombiano. Mas,
quem-sabe?, pode ser essa a causa. A guerrilha é algo que preocupa, angustia
muito o colombiano. Talvez seja por causa desse fator de incerteza que o pessoal
se una e se empenhe.
O Brasil é vítima de
excesso de estabilidade, um filho mimado de Portugal. Estabilidade em demasia
leva so comodismo e estagnação.
É o que aconteceu com
a Bahia. De tão cantada e decantada virou aquela coisa bizarra mais pra Madonna
que pra cultura popular. Foi só com árdua campanha de conscientização que se
conseguiu descontaminar o carnaval corumbaense da praga pseudo-carnavalesca de
trio-elétrico.
domingo, 14 de dezembro de 2014
Quase pronto
Os dois hd já
no limite foram pifando. Ambos em espelhamento, que não funcionou bem. Agora em
vez de dois hd, dois computadores. Foi a melhor solução pra evitar perda de
dado. Um pros trabalhos e outro pra internete e becape. Agora com Windows 7 e
Office 2013.
Ainda sem
condição de editar gibi e rodar OCR.
Os arquivos de
correção ortográfica ficaram obsoletos, pois o sistema é diferente. Então estou
sem o italiano. As macros, salvas em texto, foram coladas ao visual basic, como
sempre. Até o dia que resolverem mudar isso também.
A trabalheira
danada é apagar as auto-correções, uma a uma, em cada idioma (por enquanto
português, castelhano e o maldito inglês). Obviamente optando por dicionário
pré-reforma.
Gostaria de
saber quem teve a idéia de jerico de pôr esse monte de auto-correção pra
secretária burra. Deve ter algum problema mental. No castelhano são
muuuuuiiiiiitas. São substituições automáticas enquanto se datilografa. Assim fizeram
uma lista de miríade de erros de datilografia a serem substituídos
imediatamente: qeu à que, iso à isso...
Por exemplo: Se
datilografar (Não é digitar, como erroneamente dizem. Digitar é só cum dedo na
tecla numérica) iso imediatamente é
trocado por isso. Assim pode ocorrer
de se escrever o nome duma cidade ou personagem antigo, Qeu, (sigla ou fórmula matemática, etc) e não perceber que foi
automaticamente trocado pelo supostamente correto e ter um trabalho todo irremediavelmente
estragado por essa auto-correção estúpida. E são muitas as palavras que podem
causar dano na substituição. Há até palavras que existem e são trocadas! No castelhano
até frases corrigindo gramática! Um absurdo!
É uma burrice
muito grande, pois essa auto-correção forçada poderia ser editável, salvável em
texto, como a macro, poderia ser marcável e desmarcável ou simplesmente
oferecida como macro, sendo rodada quando o autor quiser, se quiser.
Quero oferecer
o troféu Burro ao cara que teve a burríssima idéia de fazer essa longa e
tediosa lista, ainda mais de forma não-editável.
O Windows 7 é
excelente, rápido e cheio de facilidade. As poucas perdas em relação ao XP
compensam amplamente a mudança. Pena que o excesso de segurança atrapalhe tanto.
Não se pode
mais pôr atalho de endereço na tela e não pode jogar arquivo no C raiz. Péssimo.
A forma de
arrastar arquivo a diretório ficou prejudicada, embora o manejo de acesso
melhorara.
No Word 2010 a
letra sombreada foi remanejada. No capitular a sombra, que era bem destacada do
XP, ficou quase nula. Control-L virou outra coisa. A prévia ficou prejudicada,
tendo de usar o zum em seu lugar.
terça-feira, 11 de novembro de 2014
O mais belo hino nacional
El más
hermoso himno nacional
Letra de Joaquim Osório
Duque Estrada
Música de Francisco Manuel da Silva
Recortei e
guardo até hoje um artigo que o jornal londrino Guardian publicou
doze anos atrás, na copa de 2002. O autor fez esfuziante elogio ao hino
brasileiro dizendo que é o mais gentil, o mais alegre, o mais melodioso, o mais
envolvente. Parece escapado duma ópera de Rossini. Chega a dizer que nosso hino
é um dos grandes presentes que o Brasil deu à felicidade humana. É mole?
Recorté y guardo hasta hoy un artículo
que el periódico londinense Guardian publicó
doce años atrás, en la copa de 2002. El autor hizo electrizante loor al himno
brasilero diciendo que es el más gentil, el más alegre, el más melodioso, el más
entretenido. Parece escapado de una ópera de Rossini. Llega a decir que nuestro
himno es un de los grandes regalos que el Brasil dio a la felicidad humana. ¿Quieres
más?
José Horta Manzano
Ouviram, do Ipiranga, nas margens plácidas
Oyeron, del Ipiranga, en las orillas plácidas
Se ouviu, vindo do riacho
Ipiranga
Se oyó,
viniendo del riachuelo Ipiranga
dum povo heróico o brado retumbante
de un pueblo heroico el clamor retumbante
o retumbante brado dum povo
heróico
el retumbante clamor de un pueblo heroico
e o sol da liberdade, em raios fúlgidos
y el sol de la libertad, en rayos fúlgidos
brilhou no céu da pátria nesse instante
brilló nel cielo de la patria en ese instante
Se o penhor dessa igualdade
Si el empeño de esa igualdad
conseguimos conquistar com braço forte
conseguimos
conquistar con brazo fuerte
Se com o braço forte
conseguimos conquistar a garantia dessa igualdade
Si con el brazo fuerte conseguimos conquistar lo que
garantiza esa igualdad
Em teu seio, ó, liberdade
En tu seno,
oh, libertad
Desafia, nosso peito, a própria morte!
¡Reta nuestro pecho la propia muerte!
Nosso peito desafia a
própria morte (não hesita ante perigo mortífero)
Nuestro pecho reta la propia muerte (No hesita ante
peligro mortífero)
Ó, pátria amada
idolatrada
Salve! Salve!
Brasil, um sonho intenso, um raio vívido
Brasil un sueño intenso, un rayo vívido
de amor e de esperança à Terra desce
de amor y de esperanza a la Tierra desciende
Se em teu formoso céu, risonho e límpido
Si en tu hermoso cielo, risueño y límpido
A imagem do Cruzeiro resplandece
La imagen del Crucero resplandece
Gigante pela própria natureza
Gigante por
la propia naturaleza
És belo, és forte, impávido colosso
Eres bello, eres fuerte, impávido coloso
E teu futuro espelha essa grandeza
Y tu futuro espeja esa grandeza
Terra adorada
Tierra
adorada
Entre outras mil
Entre otras
mil
és tu, Brasil
eres tú,
Brasil
Ó, pátria amada!
!Oh, patria
amada!
Dos filhos deste solo és mãe gentil
De los hijos de este suelo eres madre gentil
Pátria amada
Brasil!
Deitado eternamente em berço esplêndido
Acostado eternamente en cuna espléndida
[Se refere à plataforma
continental sul-americana, a região mais estável do mundo]
[Se refiere a la plataforma continental sudamericana, la
región más estable del mundo]
Ao som do mar e à luz do céu profundo
Al son del mar y a la luz del cielo profundo
Fulguras, ó, Brasil, florão da América
Fulguras, oh, Brasil, florón de la América
Iluminado ao sol do Novo Mundo!
¡Iluminado al sol del Nuevo Mundo!
Do que a terra mais garrida
De lo que la tierra más garrida
Teus risonhos, lindos campos têm mais flor
Tus risueños lindos campos tienen más flor
Nossos bosques têm mais vida
Nuestros bosques tienen más vida
Nossa vida em teu seio mais amor
Nuestra vida en tu seno más amor
Ó, pátria amada
idolatrada
Salve! Salve!
Brasil, de amor eterno seja símbolo
Brasil, de amor eterno sea símbolo
O lábaro que ostentas estrelado
El lábaro que ostentas estrellado
E diga o verde-louro desta flâmula
Y diga el verde laurel de este gallardete
Paz
no futuro e glória no passado
Paz nel futuro y gloria nel pasado
Mas se ergues da justiça a clava forte
Pero si yergues de la justicia la clava fuerte
Verás que filho teu não foge à luta
Verás que hijo tuyo no huye a la lucha
Nem teme, quem te adora, a própria morte
Ni teme, quien te adora, la propia muerte
Quem te ama não tem medo de
morrer
Quien te quiere no tiene miedo de morir
Terra adorada
Entre outras mil
és tu, Brasil
Ó pátria amada!
Dos filhos deste solo és mãe gentil
Pátria amada
Brasil!
segunda-feira, 10 de novembro de 2014
Crônicas bogotanas
Da autobiografia não autorizada de Che Guavira
Capítulo 4
●
De índio e onça aos zumbis maicojexonianos e chaltonrestonianos ● táxis e taxifobia ● Turismo-maravilha e turismo-horror
Crónicas bogotanas
Da autobiografia no autorizada de Che
Guavira
Capítulo 4
● De
indígena e jaguar a los zombies maicoyexonianos y chaltonrestonianos ● taxis y taxifobia ● Turismo-maravilla y turismo-horror
É bem manjado
aquele estereótipo, nos grandes centros, de que em Mato Grosso (Mato Grosso do
Sul era o sul de Mato Grosso) tinha jaguar andando na rua. Da mesma forma
imaginávamos Manaus e Belém com índio selvagem e onça na rua. Sem falar em
filmes ianques com cena de carnaval caribenho como se fosse no Rio de Janeiro.
Uma lista desses estereótipos seria exaustiva.
Es bien conocido aquel estereotipo,
en los grandes centros, de que en Mato Groso (Mato Groso del Sur era el sur de
Mato Groso) tenía jaguar andando en la calle. De la misma manera imaginábamos
Manaus y Belén con indígena salvaje y jaguar en la calle. Sin hablar en
películas yankes con escena de carnaval caribeño como si fuese en Río de Enero.
Una lista de esos estereotipos sería exhaustiva.
Antes de ir a
Bogotá, como é óbvio, pesquisei um monte de coisa, pois pra empreender essa
viagem transamazônica, quase outro planeta, seria uma grande aventura.
Antes de ir a Bogotá, como es obvio,
pesquisé mucha cosa, pues para emprender ese viaje transamazónico, casi otro
planeta, sería una gran aventura.
Li em http://www.mochileiros.com/dicas-de-viagem-bogota-e-medellin-t46586.html,
e reli, pois o texto é confuso pra leitura rápida, ficando confuso se a
referência a drogados perambulando na rua é em Bogotá, Medelim ou ambas.
Li en http://www.mochileiros.com/dicas-de-viagem-bogota-e-medellin-t46586.html, e releí, pues
el texto es confuso para lectura rápida, quedando confuso si la referencia a
drogadictos deambulando en la calle es en Bogotá, Medellín o ambas.
Em minha
cabeça se descortinou a vida noturna com os zumbis de Michael Jackson
perambulando em todas as esquinas, de modo que no crepúsculo todos teriam de
correr se refugiar no hotel, como naquele filme de Charlton Heston (e a
anterior, de Vincent Price, Mortos que
matam), A última esperança da Terra
(da obra de Richard Matheson, Sou a lenda)
que não podia deixar de ter um repeteco estragando o filme. Ou mesmo o filme Dagão, do conto de Lovecraft.
En mi cabeza se dibujó la vida
nocturna con los zombies de Michael Jackson deambulando en todas las esquinas,
de modo que nel crepúsculo todos tendrían que correr se refugiar nel hotel,
igual en aquella película de Charlton Heston (y la anterior, de Vincent Price, El último hombre sobre la Tierra), Soy leyenda (da obra de Richard
Matheson, Soy leyenda) que no podía
dejar de tener un repeteco estragando la película. Lo mismo la película Dagón,
del cuento de Lovecraft.
Nas páginas
também falaram muito sobre taxista seqüestrando cliente no aeroporto e que o
pior era que mesmo taxistas regulamentados praticavam os crimes.
En las páginas también hablaron
mucho sobre taxista secuestrando cliente nel aeropuerto y que el peor era que mismo
taxistas regulares practicaban los crímenes.
Assim anotei o
número de celular do taxista do hotel, Gabriel, pra não pegar táxi na rua. Mas
Gabriel estava longe, de modo que tive de pegar um. Sentado no banco traseiro
olhava o retrovisor e via os olhos avermelhados do taxista com cara de peruano
e poucos amigos.
Así anoté el número de celular del
taxista del hotel, Gabriel, para no sacar taxi en la calle. Pero Gabriel estaba
lejos, de modo que tuve que pegar un. Sentado nel banco trasero miraba el
retrovisor y veía los ojos rojizos del taxista con cara de peruano y pocos
amigos.
— Ai! Dobra
esquina aqui, dobra ali. Nunca chega!
— Ay! Dobla esquina aquí, dobla allí. ¡Nunca llega!
Enfim cheguei.
Só assim perdi a taxifobia bogotânica.
En fin llegué. Sólo así perdí la taxifobia
bogotánica.
Ainda mais que
pretendia cruzar Bogotá a pé. Mas perguntando a direção do museu do Ouro vários
disseram ser longe e haver trechos perigosos no caminho, que é melhor ir de
ônibus ou táxi.
Aún más que pretendía cruzar Bogotá
a pie. Pero preguntando la dirección del museo de Oro varios dijeron ser lejos y
haber trechos peligrosos nel camino, que es mejor ir de autobús o taxi.
Quando fui ao
museu do escritor Fernando González com a família de Carlos, em Medelim, anoiteceu.
Como todos passeavam com naturalidade, nem pensei nos zumbis transamazônicos.
Cuando fui al museo del escritor
Fernando González con la familia de Carlos, en Medellín, anocheció. Como todos
paseaban con naturalidad, ni pensé en los zombies transamazónicos.
Assim como
havia muito aprendi a desconfiar de relatos de turismo-maravilha, também
aprendi a desconfiar dos relatos horroríficos.
Así como había mucho aprendí a
desconfiar de relatos de turismo-maravilla, también aprendí a desconfiar de los
relatos horroríficos.
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