Suplemento-revista dominical de El espectador, Bogotá
segunda-feira, 24 de agosto de 2015
domingo, 16 de agosto de 2015
Flor
de acónito - Relatos, cuentos y leyendas de Dossier
negro.pdf
(embaixo, a tradução ao português)
(embaixo, a tradução ao português)
404 páginas
Prefacio
Dossier negro fue una revista de historieta pionera en España en la
temática del género de terror y la más longeva del género, publicada en España
entre 1968 y 1988, alcanzando 217 números y 6 extra a en cinco editoriales:
Ibero Mundial de Ediciones, Garbo Editorial, Ediciones Delta, Gyesa y Ediciones
Zinco. Fue la primera de su país a se centrar nel género de terror.
Tuvo desde el comienzo muchos
guionistas y dibujantes españoles y publicó también relatos cortos en texto. Se
publicó en dos formatos: Taco y folio. Convivió con otras revistas de historieta
de temática y aspecto similar como Fantom
(ediciones Vértice), Creepy, Escalofrío, Espectros (ediciones Vértice), Horror
o Monstruos… En la mayoría de las
diversas revistas publicadas en España el interior era en tonos de gris y las
tapas en color, con gran uso de la técnica del claro oscuro, similar a la de
las clásicas películas antiguas de terror para reforzar la ambientación del
género. Si bien las diversas revistas eran suficientemente distintas en los
contenidos o en el público al que se dirigían como para se diferenciar. Las estorias
de Dossier negro solían ser
originales de autores españoles y no traducciones de ediciones yanquis o
italianas ni era tan frecuente la ciencia ficción o el erotismo explícito como
en otras revistas de historieta españolas especializadas en esas temáticas. Si bien
dada su larga existencia y las varias editoriales donde pasó la revista, sus
contenidos tuvieron cambio, en algunos casos relacionados con la línea personal
de los artistas que publicaban con su gusto personal de pasado a tinta,
claro-oscuro, guión, etc. Dossier negro
publicó, además, obras publicadas en las otras revistas.
● Dossier negro
064, 08.1974 y Dossier negro 065, 09.1974 tuvieron los títulos de portada
invertidos. La portada del número 64 anuncia
el cuento La reina de los vampiros,
en verdad publicado nel número siguiente, y la del número 65 El castillo de los vampiros,
publicado nel anterior.
● En Dossier negro 100 extra, 09.1977 el
título de portada es Un impacto certero,
que no está nel volumen.
● En Dossier negro 183, 01.1985,
en la ficha abajo del índice aparece la fecha 13.1984. En los números 184, 02.1985 hasta 187, 05.1985, aparece 14.1985 hasta 17.1985, respectivamente. Nel
número 188, 06.1985 aparece 9.1985. Nel
número 189, 07.1985 aparece 19.1985.
En los números siguientes la fecha fue normalizada.
● El número 100 ostenta en la
portada Extra, pero no existe el 100
ordinario. En verdad debería ser dicho Especial,
porque el extra impropiamente quiere
decir que tiene más de 100 páginas, como hasta el número 18, cuando tenía 132.
Después pasó a 68.
Cuando
bajé algunos números de la revista noté que en algunos había un texto siempre
con título bien sugestivo. Algunas secuencias de edición presentaban una serie
con un título, a cada número con un cuento, relato o leyenda. Textos que nunca
vi en portugués ni en castellano. Mismo los autores son para mí inéditos. Relatos
y leyendas que nunca vi en otra fuente, interesantísimos.
Particularmente
interesante es la serie de Luis Vigil Los
dosieres de sir Jorge, un detective cuyos casos son policíacos-sobrenaturales,
que infelizmente no debe haber sido convertido en serie televisiva, con abordaje
creativa, como el caso del lobo hombre, un hombre lobo al reverso: En verdad
era un lobo que se transformaba en humano.
Interesante también el ficticio libro Necronomicón, de los cuentos de
Lovecraft, apareciendo como personaje en los cuentos El regreso, de Ramón Hervás, Derribará
la puerta y te devorará, de Annibal Lupus. Y en dos cuentos de los casos de
sir Jorge: El caso de las fugas y El caso del velero abandonado.
El libro 79, de Luis Vigil, se refiere a un manuscrito perdido de
Juan Dee, enigmático personaje de la historia inglesa.
El retrato, adaptación de E Castellanos del ceunto El retrato oval, de Edgar Allan Poe.
Otra curiosidad es La matanza, de Florence M Bridges, un
relato sobre un caso criminal que inspiró Truman Capote a escribir el romance A sangre fría.
Entonces
me esforcé en bajar todos los números para hacer una colectánea y traducir al
portugués. Extraje las páginas de texto, fotojopé, procesé OCR, traduje y revisé.
En
una pesquisa a vocablo descubrí que hay una colecta de los mismos textos pero
disponible apenas para lectura.
He los
textos con las figuras originales, con traducción, revisión y notas de rodapié
cuidadosas. Textos dignos de figurar en las mejores antologías de autores
universales y con ilustraciones primorosas.
Si
hice este trabajo fue porque subí a hombros de gigantes: Mi gratitud a los que
escanearon los números de la revista. Los apodos que constaté son:
A
Aitz
& Franki
Brothre
Chachin
Chaykin
Citaltras
Crust
Deimos
Giesa
GLaXByL
- CRG
Jesmar
& Juancar
Kurganhell
Mortelune CRG
OPT
Queco-Runner.CRG
Realmadrid
Rowlf
Tono
VB
VBR
YoMismo818
Flor
de acônito - Relatos, contos e lendas de Dossier
negro.pdf
Tradução de Che Guavira
Tradução de Che Guavira
398 páginas
Prefácio
Dossier negro foi uma revista em
quadrinho pioneira na Espanha na temática do gênero terror e a mais longeva do
gênero, publicada na Espanha entre 1968 e 1988, alcançando 217 números e 6
extra em cinco editoras: Ibero Mundial de Ediciones, Garbo Editorial, Ediciones
Delta, Gyesa y Ediciones Zinco. Foi a primeira de seu país a se centrar no
gênero terror.
Teve
desde o começo muitos roteiristas e desenhistas espanhóis e publicou também
relatos curtos em texto. Foi publicada em dois formatos: Formatinho (15x21cm2)
e fólio (34,5 x 23,5cm2). Conviveu com outras revistas de historieta
de temática e aspecto similar como Fantom
(ediciones Vértice), Creepy, Escalofrío, Espectros (ediciones Vértice), Horror
ou Monstruos… Na maioria das diversas
revistas publicadas na Espanha o interior era em tons de cinza e as capas em
cor, com muito uso da técnica do claro-escuro, similar à dos clássicos filmes
antigos de terror pra reforçar a ambientação do gênero. Se bem que as diversas
revistas eram diferentes o bastante em conteúdo ou no público-alvo pra se
diferenciar. As estórias de Dossier negro
costumavam ser originais de autores espanhóis e não traduções de edições
ianques ou italianas nem era tão freqüente a ficção-científica ou o erotismo
explícito como noutras revistas em quadrinho espanholas especializadas nessas
temáticas. Apesar de sua longa existência e as várias editorias onde a revista
passou, seus conteúdos tiveram mudança, nalguns casos relacionados com a linha
pessoal dos artistas que publicavam com seu gosto pessoal de traço,
claro-escuro, roteiro, etc. Dossier negro
publicou, ademais, obras publicadas nas outras revistas.
● Dossier
negro 064, 08.1974 e Dossier negro 065, 09.1974 tiveram
os títulos de capa trocados. A capa do número 64 anuncia o conto A rainha
dos vampiros, na verdade publicado no número seguinte, e a do número 65 O
castelo dos vampiros, publicado no anterior.
● Em Dossier negro 100 extra, 09.1977 o
título de capa é Um impacto certeiro,
que não está no volume.
● Em Dossier
negro 183, 01.1985, na ficha abaixo do índice aparece a data 13.1984.
Nos números 184, 02.1985 até 187, 05.1985, aparece 14.1985 até
17.1985, respectivamente. No número 188,
06.1985 aparece 9.1985. No número 189,
07.1985 aparece 19.1985. Nos números seguintes a data foi normalizada.
● O número 100
ostenta na capa Extra, mas não existe
o 100 ordinário. Na verdade deveria ser dito Especial, porque o extra
impropriamente quer dizer que tem mais de 100 páginas, como até o número 18,
quando tinha 132. Depois passou a 68.
Quando baixei alguns números da revista notei que nalguns
havia um texto sempre com título bem sugestivo. Algumas seqüências de edição
apresentavam uma série cum título, a cada número cum conto, relato ou lenda.
Textos que nunca vi em português nem em castelhano. Mesmo os autores são pra
mim inéditos. Relatos e lendas que nunca vi noutra fonte, interessantíssimos.
Particularmente
interessante é a série de Luis Vigil Os
dossiês de sir Jorge, um detetive cujos casos são policiais-sobrenaturais,
que infelizmente não deve ter virado série televisiva, com abordagem criativa,
como o caso do homislobo, um lobisomem ao reverso: Na verdade era um lobo que
se transformava em humano.
Interessante
também o fictício livro Necronomicão,
dos contos de Lovecraft, aparecendo como personagem nos contos O regresso, de Ramón Hervás, Derrubará a porta e te devorará, de
Annibal Lupus. E em dois contos dos casos de sir Jorge: O caso das fugas e O caso do
veleiro abandonado.
O livro 79, de Luis Vigil, se refere a
um manuscrito perdido de João Dee, enigmática personagem da história inglesa.
O retrato, adaptação de E Castellanos do
conto O retrato oval, de Edgar Allan
Poe.
Outra
curiosidade é A matança, de Florence
M Bridges, um relato sobre um caso criminal que inspirou Truman Capote a
escrever o romance A sangue frio.
Então me
empenhei em baixar todos os números pra fazer uma coletânea e traduzir ao
português. Extraí as páginas de texto, fotoxopei, processei OCR, traduzi e
revisei.
Numa pesquisa
a vocábulo descobri que há uma coleta dos mesmos textos mas disponível só pra
leitura.
Eis os textos
com as figuras originais, com tradução, revisão e notas de rodapé cuidadosas.
Textos dignos de figurar nas melhores antologias de autores universais e com
ilustrações primorosas.
Se fiz este
trabalho foi porque subi a ombros de gigantes: Minha gratidão aos que
escanearam os números da revista. Os pseudônimos que constatei são:
A
Aitz & Franki
Brothre
Chachin
Chaykin
Citaltras
Crust
Deimos
Giesa
GLaXByL - CRG
Jesmar & Juancar
Kurganhell
Mortelune CRG
OPT
Queco-Runner.CRG
Realmadrid
Rowlf
Tono
VB
VBR
YoMismo818
sábado, 15 de agosto de 2015
segunda-feira, 10 de agosto de 2015
(facsímile)
Grato a don Guillermo Guedes Ortaneda, director de la
casa museo Ricardo Palma, la donación del ejemplar en papel y autorización a lo
digitalizar y publicar
Interesante libreto contando la aventura del proyecto de
transformar en museo la casa donde moró el escritor Ricardo Palma. Es un
histórico breve, narrativa sencilla, de agradable e instructiva lectura. Aun
más con trechos de un rarísimo libro de la era colonial, al cual Ricardo tenía
mucha estima.
Tradução de Che Guavira
Grato
a dom Guillermo Guedes Ortaneda, diretor da casa-museu Ricardo Palma, a doação
do exemplar e autorização a o digitalizar, traduzir e publicar
Interessante
libreto contando a aventura do projeto de transformar em museu a casa onde
morou o escritor Ricardo Palma. É um histórico breve, narrativa enxuta, de
agradável e instrutiva leitura. Ainda mais com trechos dum raríssimo livro da
era colonial, ao qual Ricardo tinha muita estima.
Da autobiografia não autorizada de Che Guavira
A sumidade peruana ● O
patriota recompôs a Biblioteca Nacional saqueada ● Um livro raríssimo ● O filho
também é um grande autor ● Lima e Calhau são as cidades dos museus ● Uma tarde
aprazível● Livros recomendados ● Mas Deus não era brasileiro? ● Um mercado
editorial muito mais interessante
Bem perto do
hotel, rua General Suárez 189, Miraflores, fica o museu Ricardo Palma. A
entrada custa 5 sóis, cerca de 5 reais. É a casa onde morou, que após muita
peripécia contada no livro acima, foi transformada em museu em honra a quem foi
a maior sumidade literária peruana, autor da referência máxima em literatura
peruana, Tradições peruanas, cujo
exemplar que possuo foi comprado aqui, no sebo Hamurábi.
No museu fui
guiado por dom Guillermo, o diretor. Primeiro é exibido um vídeo sobre a vida
do escritor. Ali conta que na guerra do Pacífico os chilenos (mercenários, como
sole ocorrer nos conflitos) invadiram Lima, saquearam a Biblioteca Nacional e
incendiaram Miraflores. Então Ricardo Palma se empenhou em mendigar livro pra
recompor o acervo da entidade.
O único ruim é
que Ricardo Palma morou a uma rua hoje muito movimentada, de modo que de vez em
quando o ruído dos carros abafam o som do vídeo.
No Peru contam
que os chilenos atacaram por ser uma faixa estreita muito pobre, pra se apossar
das riquezas, especialmente o guano, esterco de ave e morcego, com alto teor de
nitrogênio.
Diferente do
chileno, o peruano não cultiva aquele ranço de rivalidade. Ao menos a nível
popular. Diz que a única vez que teve séria ameaça de retomada da guerra foi
nos anos 1970, durante governo militar, quando um general queria de qualquer
maneira atacar pra retomar as províncias perdidas. Conforme explicou o guia do
museu militar, a bandeira peruana ostenta um galho de louro. Duas folhas estão
com a ponta dobrada a baixo, como com a ponta quebrada. Isso representa as duas
províncias perdidas na guerra do Pacífico: Arica e Tacna. Daí já dá pra ter uma
idéia do luto no sentimento nacional.
Os chilenos
reconhecem que se o Peru tivesse atacado arrasaria o Chile. Por isso
espernearam a todo lado, pedindo até ajuda ianque pra garantir a paz.
Percorrendo os
aposentos da casa de Ricardo Palma vemos quase todos os móveis originais,
quadros, livros. Os livros preferidos estão ali, na estante. Tem até o
recipiente onde guardava a água, que era comprada, pois Lima fica num deserto
(Fico pensando: O que deu na cabeça pralguém ter a idéia de construir uma
cidade, ainda pior, capital, em lugares como Lima e Brasília?). Vitrinas com
livros, mapas, gravuras.
Dom Guillermo
contou que um brasileiro ficou tão encantado com Tradições peruanas, que resolveu traduzir. Que disse que em dois
anos terminará. Este, 2015, é o segundo ano.
Dom Guillermo e o tradutor de Tradiciones peruanas
No quadro acima, Ricardo Palma
Ali adquiri os
dois volumes da obra completa de Clemente Palma, filho de Ricardo Palma, que
enveredou na ficção do conto fantástico ao estilo de Poe, Lovecraft,
Maupassant, pois competir na área literária sulcada pelo pai seria inviável.
Foi uma bela descoberta, além do assombro de constatar que autor excelente
assim não aparecer nas antologias brasileiras e portuguesas.
No final
conversamos um tanto e me deu dicas sobre outros museus a visitar, tirou fotos
pra enviar ao imeio, já que eu não estava com minha máquina, e me levou ao
museu Raúl Porras, vizinho, uma quadra depois, que é entrada franca.
Lima, e também
Calhau, é repleta de museu. Há museu de todo tipo que se imagine. Fui num do
submarino, que contarei mais a diante. Também não são de jogar lixo na rua.
Raro alguém jogar papel de bala, sacola de supermercado, garrafa pete. E o
valor que dão a suas grandes personalidades é fora-de-série. Nesses dois pontos
estão muito mais civilizados que nós.
Aqui não. Os
intelectualóides daqui tentam é lançar modismo, denegrir a imagem, como fazem
contra o escritor maravilhoso que é Monteiro Lobato, enquanto continuam
cultuando falsas sumidades. É muito mais fácil e cômodo que lutar pra criar um
museu.
No museu Raúl
Porras dom Guillermo ficou um tempo junto com a administradora senhorita Rocío,
mostrando as seções da casa. Numa sala estava uma das personalidades da cidade,
Pedro Gjurinovic, pesquisava historiografia.
Senhorita Rocío mostrou cada aposento do museu
com abundante explicativo. Também uma casa-museu, onde morou o mestre,
historiador e diplomata peruano, é um centro de alto estudo e investigação,
onde se realizam encontros e palestras. Numa sala há retratos de família em
quadros gigantes, tamanho natural, e os móveis protegidos por cordões de
isolamento como os de aeroporto. E profusão de livros, álbuns de fotografia
pois como dom Pedro II, Raúl era aficionado a fotografia. Folheei um, fotos de
tamanho grande, tons de cinza.
Na noite
seguinte fui a uma daquelas palestras, mas me enganei. Não era naquele dia mas
no seguinte. Assim na correria dos passeios não deu tempo de ir.
Assim o que
seria uma rotineira visita a um museu ficou parecendo uma reunião de amigos num
nebuloso e agradável dia de junho.
Os dois
primeiros dias usei visitando os sebos de Lima. Preferi ser mais moderado na
compra pra não enfrentar o imprevisível e volúvel da política de excesso de
bagagem da aerolinha. Mesmo porque seria impossível visitar tudo, pois creio
que a quantidade de Lima parece ser muito maior que a de Bogotá, que já é coisa
formidável.
Segundo o
sexto item no dicionário da RAE, real academia espanhola, jirón (que também significa babado (de tecido)): 6. m Peru. Via urbana composta de
várias ruas ou segmentos entre esquinas.
No primeiro
dia fui ao jirão Quilca. No segundo iria ao jirão Amazonas, mas o taxista disse
que o Amazonas é menos seguro, com problemas de assalto. Claro que mais durante
a noite e anoitecer mas como acabo saindo no fim de tarde, e como o Quilca é
imenso, passeei de novo lá mesmo.
As zonas
livreiras de Lima são ainda mais impressionantes que as de Bogotá. Livrarias e
mais livrarias, uma ao lado da outra. Uma que é um cubículo, outra uma loja
inteira, noutros pontos uma galeria cheia de barracas de livro. Imagines um
rato-de-sebo como eu: Feliz como pinto no lixo.
Ali vi Protocolos
de los sabios de Sión, El hombre que
calculaba (de Malba Tahan), Dios es
peruano (de Daniel Titinger).
— Mas no Brasil
sempre se disse que Deus é brasileiro. Agora diz que é peruano…
Um, que
comecei a ler no hotel, antes de dormir, excelente obra também desconhecida por
nós, é Cuentos andinos, de Enrique
López Albújar. Outro é um libreto em forma de revista, uma curiosa publicação
espanhola sobre mistérios e enigmas do mundo, Historias del Más Allá (Histórias
do Além). Os preços de livro em Lima estão melhores que em Bogotá.
Uma livraria
muito barateira foi a que achei logo de cara, de J Luna Victoria, jirão Quilca
233 (fundo). Com todo tipo de livro, em bom ou mau estado, muitos a 1 sol.
Ali,
conversando com os vendedores, um disse que finalmente o Brasil resolveu
enxergar seus irmãos sul-americanos, já que até então se manteve de costas.
A frase deu
uma sensação de que se sentem desamparados. Eu disse que isso era porque até
então Estados-Unidos conseguia impedir, mas que agora, se sair mesmo a tal
ferrovia intercontinental (que não sei por que disseram interoceânica, se não atravessa o oceano) ligando Rio de Janeiro a
Lima, a coisa se acelerará. Falei sobre a Transamazônica, que não deu certo
porque foi feita em área meio movediça. Será que não sabiam? Foram fazendo sem
verificar se o solo tem sustentação? Eu, hem!
Evo Morales
está bravo porque a ferrovia não passará na Bolívia. Mas também, depois daquela
palhaçada contra a Petrobrás, quem teria coragem?
Falamos sobre
a guerra do Paraguai, pois veio com o chavão país pequenino atacado por três.
Eu disse que posso contrapor a essa visão outra oposta, pois minha mãe e tias
são paraguaias. Conheço, pois, os dois lados. Assim também comparamos as
versões de cada lado sobre a guerra do Pacífico, onde eu disse:
— Toda discussão
tem três pontos de vista: A minha, a tua e a verdade.
A região do
jirão Quilca se parece muito com a da Candelária de Bogotá: Ruas estreitas, a
arquitetura e a profusão de gente. Só não tem as acentuadas ladeiras de Bogotá,
não tem o problema da altitude, e as ruas têm nome em vez de número.
No anoitecer o
pessoal nem tinha olhos pro freguês. Estava todo mundo acompanhando o jogo do
Peru na copa América, torcendo praquela seleção cujo uniforme parece o do Vasco
da Gama. Claro que ali eu era peruano desde criancinha. Quando voltei à livraria
de dom Luna, pois armei ali meu quartel-general, só estava ele ali, já
fechando, pois o resto do pessoal saiu mais cedo pra ver o jogo. Me ajudou a
chamar um táxi. Não foi difícil quanto no dia seguinte, quando quase todos se
recusavam a ir a Miraflores por causa da distância e do trânsito em hora de
pico.
Não freqüento
livraria de livro novo, só sebo. Mas em Lima vi que é melhor eu reformar um
pouco esse costume. Nas longas esperas em Guarulhos, visitando as livrarias do
aeroporto, só encontro uma profusão de bestséler, quase tudo lixo. Nenhum livro
que eu diga que é imperdível ou interessante. Mas um passeio na livraria El virrey, Bolognesi 510, Miraflores, e
se acham muitos livros maravilhosos.
Achei Seres mágicos del Perú, de Javier Zapata
Innocenzi, editora Malabares, em volume grande, capa dura, praticamente uma
enciclopédia do tema, uma obra de arte onde o texto se mescla com ricas
ilustrações.
Também da
Malabares, coleta de Javier, os três volumes de Relatos mágicos del Peru, em pequeno formato, coletânea de relatos
fantasmagóricos vividos por pessoas comuns, vindos das mais diversas regiões do
Peru, bem ao estilo Incrível, fantástico,
Extraordinário!, de Almirante.
Alguns dos
temas que gosto muito são aqueles relatos anedóticos, muitas vezes causos,
coletados numa atividade profissional ou não, de eventos engraçados, gafes,
etc. Também relatos folclóricos sobre tipos populares, histórias de ruas ou
bairros. E também os tais relatos fantasmagóricos acontecidos a alguém e que os
racionalistas exaltados insistem em depreciar. Tudo isso não conseguia achar
nos sebos mas encontrei na El virrey.
Então posso
afirmar sem erro: No plano editorial o Peru está muito, muito, mas muito melhor
que o Brasil. Imagino que no cinema também devem estar muito melhor.
Parece que no
cinema também estão num momento cultural melhor que o nosso.
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