segunda-feira, 30 de janeiro de 2017

Eis um sudoco muito difícil
É difícil até pra começar
Não há opção pra preencher lacuna em forma simples
Mas se consegue um duplo com duas opções exclusivas
No 2º quadro, a1 e a2 tem duas opções exclusivas: Cada um pode ser 1 ou 4, e nas outras lacunas no quadro nenhum pode ser 1 e nenhum pode ser 4. Como sei que a1 e a2 não podem ser 3, o único que pode ser 3 é o marcado como b.
No 2º quadro a lacuna sob o 7 não pode ser 5
Portanto 5 é o que está sob o 6
Então entre 6 e 8 só pode ser 2, porque as lacunas ladeando o 7 são exclusivas 1 ou 4
[…]
Aqui já não há mais simples nem duplo-2 exclusivo
Mas há um triplo-3 exclusivo
(Sempre tem de ser um nplo-n exclusivo)
Na 3ª coluna: a1, a2 e a3, onde a pode ser 1, 2 ou 3
Ou seja: A única lacuna sobrando na linha, marcada como b, não pode ser 1, 2 nem 3
Nessa linha, b só pode ser 8
Doravante não se consegue mais encontrar nplo-n exclusivo com n = 1, 2 ou 3, mas no quadro central, o que está vazio, há um quádrulo-4 exclusivo nas 4 esquinas, pra 1, 2, 7 e 9. Como essas pontas não podem ser 5, a única que pode ser 5 é a 6ª casa, que está ao lado do 1 do quadro seguinte. Na 4ª casa, ao lado do 9 do quadro anterior, só pode ser 8.
Então não há mais dificuldade pra completar
Virou um sudoco fácil
 
Coleção de cartão-postal de Joanco
 






segunda-feira, 23 de janeiro de 2017

Emília encontra Pêni
Um encontro entre duas personagens prediletas
Pêni Róbinson estava sozinha de novo. Em andanças no planeta recém descoberto, encontrou outra caverna. Pensou:
— Quê lugar tão bonito. Me lembra a caverna de senhor Ninguém. Mas se senhor Ninguém é uma inteligência cósmica, pode ser que o encontre novamente.
Então se sentou numa rocha no centro do salão e falou alto:
— Senhor Ninguém! Estás aí? Sinto tanta saudade.
A resposta era só o eco. Então entrou noutra galeria, pra fazer o mesmo, quando ouviu um ruído de objeto ultra-sônico perturbando o ar, como um avião-caça cruzando de repente. Algo grande surgiu no outro extremo do salão. Era um robô e uma moça.
Não! A moça tinha um cabelo estranho, muito colorido. A roupa, então, em contraste berrante. Se olharam. Os olhos gris da menina ante os mais escuros da moça, quem sorriu.
— Oi. Sou Pêni Róbinson. E tu? Quê espécie de alienígena és? Quê moça tão estranha!
— Oi, Pêni. Sou Emília. Não sou alienígena, coisa nenhuma! Sou uma boneca de pano.
Pêni riu.
— Quê absurdo! Como pode haver uma boneca de pano que fala e anda como gente?
— Ora essa! Se um robô bobão pode ser gente e até arranjar namorada, por quê não uma boneca de pano? Precisavas conhecer o visconde de Sabugosa, que é um sabugo de milho e nem por isso deixa de ser um grande sábio.
— Ha ha ha. Um sabugo também! E sábio! Devo estar ficando maluca de tanto passear sozinha neste planeta deserto.
— Não está, não. Lá no sítio do Pica-pau Amarelo, onde moro, é tudo assim mesmo.
— Em qual planeta fica esse sítio?
— Na Terra, ora essa! No Brasil. Á! Ainda tenho de arranjar um jeito de te levar pra passar uma temporada lá no sítio. Tenho muitos amigos, tem muitos bichos lá, muito lugar pra passear, as comidas gostosas de tia Anastácia, as estórias contadas por dona Benta, dançar quadrilha, brincar com Pedrinho e Narizinho e pular fogueira no são-joão. Mas teu nome já é estranho em inglês, acho, mas em português e castelhano também não soa bem. A molecada pegará no pé. Como te chamarei? Penizinha, não. Penica. Não! Peni também não. Já sei! Te chamarei de Peninha! Puxa vida!, Peninha fica bem legal, porque Pêni é muito inglês pra meu gosto. Parece mais nome de moeda inglesa. Imagines uma menina chamada Centavo. Não dá, né? É muito triste tu aqui, de planeta a planeta, sempre sozinha, sem amigo pra brincar. Eu lá, me divertindo a todo lado, fico triste me lembrando que estás tão solitária no espaço.
— Mas tenho família. Dois irmãos e…
Todo mundo sabe que Emília é tagarela. Mas Pêni parecia fascinada.
— Á! Não! Tua mãe, teu pai e o piloto sempre ocupados. Quando não estão consertando a nave estão namorando. Tua irmã já meio adulta, sempre de olho no major Oeste. Teu irmão, bobão, não gosta de brincar com menina. Está sempre com o robô e doutor Esmite. Se não fosse senhor Ninguém, nunca tiveras amigos uma vez na vida. E todo mundo veste sempre a mesma roupa cafona. Tua irmã já tem um namoradinho. Mas e tu? Terás de te arranjar com algum alienígena!
— Hihihi. É verdade. Ei! Mas como sabes tanto sobre mim e os outros?
— Ora! Sei que estais perdidos no espaço. É que lá no sítio acompanhamos toda semana vossas aventuras no espaço sideral.
— Acompanham como?
— Tudo começou assim: Um dos serões de dona Benta era sobre como seria o futuro. Que nesse futuro viajaríamos a outros planetas, coisa e tal. Então visconde de Sabugosa, não sei como, montou uma máquina retangular, cum vidro na frente, onde vemos o futuro. E ali apareceu tua família rumo a Alfa Centauro. Ficamos fascinados vendo todo mundo passar tanto perigo, enfrentando cada alienígena da arca-da-velha. Precisavas ver a farra que fazemos. Damos cada grito! A maior torcida. Até o saci aparece pra assistir. E fica tão comportado, que ninguém acreditaria. Onde se viu saci comportado? Só lá no sítio mesmo. Mas também! Quando grudou chiclete nas cadeiras o ameaçamos não deixar assistir mais, e ainda o expulsar com água-benta e sal grosso. Mas, por via das dúvidas, sabes como é, né?, vai que tivesse uma recaída, igual naquele conto do sapo com o escorpião. Então sempre servimos um bocado de fumo, pra o deixar bem contente. E nem te conto o tanto que xingamos doutor Esmite!
— Então é por isso que sabes tanto sobre nós!
— Pois é. Fiquei preocupada sobre ti. Teu irmão, o robô e doutor Esmite formam uma panelinha masculina. As aventuras boas são sempre consigo, nunca contigo. Mas antes só que mal acompanhada! Quê pais sensatos deixariam o filho andar o tempo todo cum sujeito como aquele tal doutor Esmite? Até deixaram com o tal Benfeliz. Pobre Uil!  Doutor Esmite não é boa companhia pra ti. Por quê não o deixaram congelado como no começo da viagem? Zorro, que é valente, nobre, idealista, chamam de bandido. Enquanto aquele tipinho covarde, ardiloso e sabotador é chamado de doutor! E aquele robô tão esquisito! Todo redondo, mais parece um barril estufado, pesadão, com pouca mobilidade e personalidade. Verdadeiro maria-vai-com-as-outras. Como consegue andar em terreno acidentado com aqueles pés pesados com minúsculas rodinhas? E nem mãos têm. Melhor está capitão Gancho, que ao menos tem a mão direita! Antes tivesse tentáculos de polvo. Os projetistas deviam levar um cascudo! Tinha de ser um robô com mãos, braços, pernas longas, ágil como um macaco. Mas gostei quando deste uma dura em doutor Esmite, não o levando à caverna de senhor Ninguém. Arranjes o próprio amigo! Mostraste personalidade. Eu disse Essa é das minhas! Tu é quem tinhas de estrelar. Não aquele grandão. Estrelando! Bá! Estrelando, mas tudo o que faz é bancar o mandão e umas lutas pra mostrar que é forte. Se isso é estrelar! Pode ser o astro da espaçonave, não das aventuras. E então decidi que tinha de dar um jeito de te visitar, pra te dar de presente um robô. Porque não é justo que Uil tenha um robô só pra si e viva as melhores aventuras, e nada pra ti, enquanto nós mulheres ficamos só de figurante, só pra embelezar o cenário. Não é só porque somos burrinhas e malvadas que merecemos isso. Também não é pra tanto!
— Um robô só pra mim?! Uau!
— Então apelei ao visconde, que construiu o robô e até o programou. Puxa! Deu um trabalhão! Mas como eu viria? Estamos separadas no tempo e no espaço! O pó-de-pirlimpimpim não estava funcionando muito bem, por isso, acho. Então apelei ao preto-velho lá do sítio, tio Barnabé, que fez uns patuás, umas rezas, um trabalho completo. Tive até de tomar banho de gosma de umbigo-de-banana e de leite com mel. E estava frio! Também fiz promessa na igreja. Puxa vida! Tive de ficar um mês sem azucrinar o visconde. Não foi fácil! Até tomei banho dágua-benta. Apelaria também à Cuca mas não me deixaram, pois não seria boa idéia. Ai! Se eu encontrasse um gênio na garrafa! Faria três pedidos. Então me lembrei do saci Pererê, e fui pedir ajuda, pois ficou meu amigo depois que passei a lhe dar sempre um bocadinho de fumo, de modo que não precisei o prender na garrafa de novo. Então vejas só o quê aconteceu: Não sei se foi o saci quem deu um jeito, se foi força de tio Barnabé ou milagre da santa, mas aconteceu que os dois caras perdidos no tempo caíram lá no sítio e passaram uma temporada conosco. Foi o saci quem os levou ao visconde, claro que depois de aprontar um monte de travessura, até os deixar arrepiados, hihihihi!, pra ver se podia os ajudar. Chegaram com calça e camisa rasgadas de tanto rolar no chão, se espetar em espinho e cruzar cerca de arame-farpado, e cara toda encarvoada, parecendo irmãos do saci. Assim consegui um favorzinho do pessoal lá do túnel, pra me enviar àqui. Muito simpática aquela doutora Ana. O túnel me transferiu, o pó-de-pirlimpimpim deu uma turbinada na viagem, trouxe meu pé-de-coelho e rezei bastante além de me aspergir com água-benta. E ainda tive a sorte de ficar, durante a transferência, retida no limbo.
— Limbo?
— O visconde explicou, uma vez, que limbo é um lugar intermediário. Quando se está no limbo não se está num lugar nem noutro contíguo, mas numa fronteira indefinida.
— Puxa! Esse visconde deve ser muito sabido. Mas por quê foi sorte parar ali?
— Foi senhor Ninguém quem me reteve. Sabes, né? Aquele teu amigo, a inteligência cósmica que morava na caverna, que tua mãe insistia que era apenas um amigo imaginário. Quando criança a gente sofre com esse adultos tolos. Senhor Ninguém é uma inteligência cósmica que estava naquela caverna quando ficou teu amigo. Não foi embora de verdade. Vela por ti, pra que tenhas sorte na vida, sejas uma pessoa equilibrada e feliz. Por isso me reteve no espaço, no meio de minha viagem espaço-temporal: Pra ver se eu tinha boa intenção. Disse que ainda serás princesa do espaço. Então me ajudou a chegar àqui. Não sem antes me recomendar muito te divertir e contar muita fofoca. Por isso aqui estou. E pra voltar basta uma pitada do pó-de-pirlimpimpim.
Sacou duma abertura de sua pele de pano uma trouxinha de pano do tamanho da palma da mão e deu a Pêni.
— Tomes. É um presente. Pó-de-pirlimpimpim, pra usar como emergência quando estiveres perdida ou em perigo, pra ir a qualquer lugar que se deseje. O visconde disse uma palavra complicada: Ideopresença.
E duma portinhola do lombo do robô sacou vários gibis.
— Estes são gibis da Mônica. Sei que gostarás muito. É uma menina também com muita personalidade, igual nós duas.
— Oba! E como é dançar quadrilha? Tenho tanta vontade de dançar mas aqui não tem como.
— Hum… Deixes eu ligar o robô, quem mostrará como é. Verás como é divertido.
Emília apertou uns botões frontais, luzes começaram a piscar e o robô se levantou e disse com voz metálica:
— Boa tarde, menina Peninha. Me dás a honra desta dança?
— Puxa! É um cavalheiro! Dancemos, senhor robô.
Na altura da cabeça abriu uma portinhola donde se destacou um projetor que projetou na parede um clipe duma bela quadrilha junina, pra mostrar como é.
Então com o robô tocando uma trilha junina os três ensaiaram uns passinhos.
— Pula! Olha a cobra! É mentira!… A chuva! É mentira!…
Peninha se divertiu tanto que ficou cansada demais pra voltar à espaçonave Júpiter 2. O robô a carregou.
Emília se despediu, espalhou umas pitadas de pó-de-pirlimpimpim na cabeça e voltou ao sítio.


Coleção de cartão-postal de Joanco
 



domingo, 22 de janeiro de 2017


Coleção de cartão-postal de Joanco




William Friedkin também dirigiu uma adaptação de O salário do medo, em 1977, chamada Sorcerer (no Brasil O comboio do medo) que faz parte do box O cinema da nova Hollywood, lançada em 2016 pela Versatil Home Video.
Por favor, mais informação sobre Karin Knoblich! Pesquisei nas internetes e nada achei sobre a bela.
E por falar em belas: Muito bonitos os cartões postais da 14 TRC 146 (ah, os franceses!). Até me deu vontade de fazer rádio-escuta. Pena as estações de DX e RX estarem minguando aos poucos.
E bota bela nisso! Né?, seu Bondius. Tem uma um tal de Core energetics, em Nova Iorque, Manhatão. Não sei se é a mesma pessoa.
Joanco relutou mas teve de largar o rádio-amador porque o pessoal já estava todo na internete


segunda-feira, 16 de janeiro de 2017

Nomes deslocados, impróprios ou estapafúrdios
2
Chapeuzinho Vermelho - Capuchinho Vermelho em Portugal, Caperucita Roja em castelhano. Se trata de capuz, aquele grudado ao casaco, não de chapéu, touca ou boné. O título brasileiro é equivocado.
O salário do medo - Se tem um livro que terminei de ler e pensei Cara, esse autor não teve dó das personagens!, foi O salário do medo, escrito pelo francês que viveu algum tempo na América latina, Georges Arnaud. Não é um enredo totalmente verídico mas narra um pouco da realidade dos países produtores de petróleo aqui na América latina, que ao invés de enriquecer apenas se afundavam cada vez mais na pobreza. O vilarejo de Las Piedras, nalgum lugar perto da Guatemala, vivia em função duma empresa ianque de exploração petrolífera. Devido a um acidente causado pela mão-de-obra desqualificada, um dos poços se incendiou, matando vários índios que trabalhavam ali. A única forma de se apagar o incêndio no poço de petróleo seria jogando imensa quantia de nitroglicerina, pra fechar tudo de vez. O detalhe é que as estradas de terra batida são péssimas, o equipamento precário, o transporte só pode ser feito por camião toscamente adaptado pra carregar, serra acima, 400ℓ de nitroglicerina. O pagamento: 2.000 dólares por viagem [Mas então não é salário, que seria mensal]. Alguém se candidata ao emprego? Surpreendentemente, a condição de vida era tão precária que teve até teste de volante. Chegou a ser cômico de tão trágico quando os demais candidatos, empoleirados no camião, batiam na lataria do motorista pra que, nervoso, brecasse e perdesse a chance de faturar o dinheiro. Quatro motoristas foram escolhidos, viajando em dupla. Mário, Bimba, Luigi e Smerloff. Mas na hora de embarcar, Smerloff estranhamente não apareceu (nunca mais, aliás), sendo substituído fortuitamente pelo candidato seguinte na lista, um bandido velho chamado Jo. Doravante é pé na estrada, na ponta dos dedos. Mais da metade do enredo se passa dentro da cabine do camião, mas é tão porreta de bom, que te sentes na carona do veículo, com a nitroglicerina chacoalhando docemente em cima da cabeça. A tradução antiga possui uns maneirismos de época muito legais, que tornam a experiência de ler o livro ainda mais divertida. Recomendado! Lido em 02.2008. Resumo de  Armageddon (Marlon William Teske), 16.10.2010, https://www.skoob.com.br/livro/resenhas/17757/edicao:19148. Le salaire de la peur (O salário do medo) é um filme franco-italiano baseado na obra homônima de Georges Arnaud, dirigido por Henri-Georges Clouzot e lançado em 1953.
Os sobrinhos do capitão - Katzenjammer kids (também chamado de The captain and the kids) é uma história em quadrinhos, criada pelo alemão naturalizado ianque Rudolph Dirks. Como dito em http://gjol.blogspot.com.br/2007/10/os-sobrinhos-do-capito-pestinhas.html: É curioso lembrar que apesar do nome da série no Brasil, os meninos não são sobrinhos do capitão, que só aparece nas estórias a partir de 1902, como náufrago que acabou se radicando na ilha. Sobrinhos pra moralizar, à brasileira, a não muito bem explicada relação entre dona Chucrutes e titio capitão?
 O corcunda de Notre-dame (Notre-dame de Paris) - Vá-saber por quê cargas-dágua o tradutor deixou híbrida a tradução do título do célebre romance de Víctor Hugo, Notre-dame de Paris (Nossa Senhora de Paris, como é nalgumas edições), nome da antiga catedral francesa. Melhor seria O corcunda de Nossa Senhora, O corcunda de Nossa Senhora de Paris ou O corcunda de Paris, ou, ainda, Nossa Senhora de Paris, que é a tradução fiel do título original.
O monstro de loch Ness - Mais um exemplo de tradução híbrida, por ignorância. Loch, em gaélico escocês é lago (lough na Irlanda). Portanto O monstro do lago Negro.
 
A máquina andróide (The android machine), episódio 36 da série Perdidos no espaço. O título se refere à personagem Varda, representada por Dee Hartford (Helena de Tróia no episódio 7 de O túnel do tempo, Presente de grego), que é uma robô humanóide fugitiva porque o fabricante a considera obsoleta. Teria de ser ginecóide, não andróide, pois andróide é o humanóide masculino. Ginecóides é o título duma antologia de ficção-científica mexicana sobre robôs femininos.
Galeria do terror (Night gallery) - A célebre série de conto terrorífico de Rod Sterling. O belo título Galeria noturna redundou no surrado clichê terror disto, aquilo do terror… Uma pena quando se escolhe um título apelativo. Em castelhano é Galería nocturna.
Além da imaginação (Twilight zone) - A outra série de Rod Sterling, com título brasileiro ainda mais apelativo. O título correto seria Zona crepuscular, dando a idéia duma zona assombrada, boca-da-noite, de transição entre o dia e a noite, e, por analogia, entre realidade e sonho. A infeliz adaptação do título faz com que a frase de apresentação …nalgum lugar da zona crepuscular, força o tradutor a fazer pirueta, obtendo o capenga …e fulano encontrou a solução nalgum lugar além da imaginação, o que é muito forçado, se perdendo a idéia de contraste onírico-desperto da versão original.
Em Portugal se chamou A 5ª dimensão. Também em castelhano o mesmo problema: Dimensión desconocida ou La 5ª dimensión
Sobre o narcótico boa-noite-cinderela, postado no 1, a explicação:
O golpe de oferecer bebida batizada com droga, pra narcotizar alguém antes de roubar e ou estuprar não foi batizado por causa do conto-de-fada. A referência foi o quadro de tevê Boa noite, Cinderela, apresentado por Sílvio Santos nos anos 1970. A atração, que premiava participante cuma noite de princesa, era muito popular. Foi baseada nela que a polícia apelidou o golpe. http://mundoestranho.abril.com.br/cultura/por-que-o-golpe-e-boa-noite-cinderela-nao-bela-adormecida/
Mesmo assim, a conexão noite de princesa com narcótico, que está mais pra noite de bruxa, não tem a ver.


Coleção de cartão-postal de Joanco
 

quinta-feira, 12 de janeiro de 2017

À coleção Adeene neles!
Karin Knoblich – Regina Duarte

Karin Knoblich
Papel-de-parede no computador e musa oficial de Che Guavira
O correio disponibilizou um sistema de pré-postagem, na romântica idéia de agilizar a postagem na agência. O remetente preenche tudo no sítio do correio na internete e dá um código ao funcionário quando levar o pacote. Seria maravilhoso se funcionasse.
Provavelmente é serviço terceirizado, o que piora as coisas enormemente.
O engraçado é que o funcionário que recebe o pacote costuma ser muito competente, entende e atende muito bem (Tanto que quando chego com o pacote pergunta se fiz a pré-postagem e explica que isso agiliza o atendimento. Isso é competência), enquanto o programador, supostamente alguém mais intelectual e preparado, de quem se esperaria um desempenho admirável, faz um programa que é uma porcaria, não o experimenta pra ver se funciona, não consulta os clientes pra ver o que se pode melhorar. Simplesmente jogou o programa ali, como quem se livra dum fardo incômodo. O resultado é um formulário redundante, cansativo, pouco prático e não editável. O que mostra o nível de alienação e autismo desses profissionais (se é que o são) e descaso dos administradores.
O programa pede as três dimensões do pacote e o peso, como se todo mundo tivesse balança e instrumento de medida a alcance da mão. Pede uma infinidade de detalhes, como se todo remetente fosse funcionário do correio. No final pede de novo coisa já preenchida, como o peso. Como esse peso foi distraidamente preenchido dez vezes menor que o valor real, porque o programa começa cuma vírgula, e o remetente tem de acrescentar zero, o valor conflita com o antes preenchido ou com o valor da quantidade. Mas não dá pra voltar e editar, de tão malfeito é o programa. Exige número telefônico, como se fosse um absurdo o remetente não ter telefone.
Se eu, acostumado a usar computador fico confundido, imagines a pessoa comum, um idoso, etc.
Na primeira vez até consegui preencher. A prova de que o formulário é complicado demais pro povo: A atendente disse que fui o primeiro a apresentar o código da pré-postagem. Mas viu que estava errada a opção documento (era livro), pois tinha de ser não-documento. O funcionário não conseguiu alterar. Teve de fazer tudo de novo, descartando a pré-postagem. Ou seja: Só tempo perdido na infernal barafunda burocrática da pré-postagem.
Não sou programador profissional mas uma de minhas paixões é programar. Fiz muitos programas complexos no antigo basic. Assim posso afirmar que o programa foi feito com descaso, desleixo, sem testar à exaustão. E pelo entorno da página e a tentativa de uso, que os administradores não se importam em garantir que seja útil e funcione perfeitamente.
Por mais que sintamos saudade do correio dos anos 1980, empresa que se transformou numa butique caríssima e cheia de quatro-pesos, com critérios cada vez mais complicados e pouco interessada em facilitar o atendimento cada vez mais lento burocrático e complicado, não posso reclamar dos funcionários que recebem e que entregam os pacotes, que se comportam como amigos, coisa muito rara em funcionários de seja-lá-o-que-for, mas dos programadores e dos administradores, deus-nos-livre-e-guarde!
Agora tento enviar uma reclamação. Até isso é difícil. Só há opções fixas, referentes a postagem específica. Tem de apresentar um código de registro!
A ouvidoria também é inacessível. Exige um protocolo de atendimento!
Reclamar dá mais trabalho que preencher o formulário!
Viste como funciona uma ditadura maquiada?
Tudo faz lembrar a CEF. Sempre com propaganda que tem isso, tem aquilo, que é do povo… Mas quando se precisa usar sempre tem um porém que inviabiliza. Em 2007 tive de fazer minha casa a toque de caixa. Consultei a agência onde tinha a conta-salário. Ali não informava. Tive de ir à agência Barão do Rio Branco, onde tinha uma fila imensa e um atendente arrogante e antipático. A CEF tem um feirão nacional de imóvel. Mas não sabia se teria em Campo Grande. A informação nunca chegava. Enfim não teve o tal feirão aqui.
Nessa época o Bradesco conseguira tomar o lugar da CEF como banco-salário no órgão. Consegui toda informação e fiz o financiamento ali mesmo, sem me levantar da cadeira. Quando deu aquela baixa de juro no primeiro mandato Dilma minhas prestações restantes diminuíram e quitei tudo, me livrando das pesadas prestações.
Já quem tinha financiamento na CEF, não, pois ela só baixou o juro aos empréstimos novos!
● No fim de ano uma barulheira de serra na rua. Finalmente estariam tapando o buraco sempre cheio dágua diante de casa. Mas não. Taparam ao lado, onde não tem buraco!
● O campo-grandense tem mania de grandeza. Gosta de exibir riqueza. Come frango e arrota caviar. Por isso tem tanta camionete. Mas se vê que é ostentação, pois as camionetes nunca estão empoeiradas nem embarradas duma viagem à fazenda, e nunca levam carga na carroceria. Costumam estacionar na esquina, o que tira a visão no cruzamento, pondo em risco quem passa em carro. Esses carros altos, quando estacionados na frente, tiram a visão, fazendo com que pra sair do estacionamento no meio-fio se jogue roleta-russa, sem ver se vem carro. Outro problema foi a liberação de vidro escuro, de modo que não mais se pode ver através do outro veículo nem se o motorista está sinalizando.
● Furgão de empresa não tem erro. É bom ficar longe, pois sempre com pressa, aloucado, costurando, verdadeiros fitipáldis (mas tá mais pra Corrida maluca). Outro a se ficar longe é o chapeleiro em camionete. Geralmente peão de fazenda, sem carteira. Cuidado também se o motorista for adolescente, ainda mais se tiver uma garota ao lado.

No estacionamento do atacadão da Duque de Caxias
Sentido sem sentido

● Cerca de 1977. A professora Elizabete, de história, falando sobre história geral, se dirigiu a um colega meu, Adão, que morava na casa fazendo fundo com a nossa:
— Em qual idade estamos? Antiga, média, moderna ou contemporânea?
— Moderna.
— Aé!? Então estamos no tempo de Pedro Álvares Cabral? Estamos na idade contemporânea!
Claro que não se espera que um garoto de 11 anos conheça o vocábulo contemporâneo. É um daqueles episódios que nunca esquecemos, como tantos outros, que por algum motivo o inconsciente manda deixar ali, não despejar. Estranho me lembrar o nome do colega e da professora. Mistérios do cérebro. Nunca esqueci o endereço nem o telefone donde morei em Brasília, 1971 e 1972, com tis e primos e tive infância feliz: SQS 209, apartamento 106, telefone 43-0863.
Sempre me lembro do episódio quando leio texto, se referindo ao século 20, quando se fala sobre modernismo e se diz coisas como dispõe de equipamento moderno, as modernas instalações, idéias modernas… Até mesmo os grandes nomes da era moderna!
Sempre me faz lembrar do conhecimento sem sabedoria, da culta ignorância daquela professora, uma obesa e muito mal-humorada, distímica mesmo, professora a quem dar aula parecia um fardo terrível.
Quê culpa tinha Adão? Pois se freqüentemente lia e ouvia as expressões que exemplifiquei e muitas mais! É lógico que em sua mente, na minha e em todos nós, se associa moderno a atual, contemporâneo, avançado, novo. Nunca ao tempo de Cabral.
Quem tinha de levar a bronca era o historiador, ou seja-lá o quê era, que inventou essa classificação das eras históricas, pois não como cientista mas como cabeça-de-vento qualquer, criou essa classificação mal-elaborada, equivocada.
Outra grande sacanagem que sempre fizeram com as crianças na escola é cobrar decorar conjugação verbal. Me lembro de que eu era o único que sabia de cor, na ponta-da-língua. Aos outros era uma tortura.
Todos os gramáticos, todas as professoras de português sabem. Só parece que não sabem que é pra usar, não só pra memorizar. Não! Têm aquilo como um rito, como uma jóia a ser guardada, uma reza (Talvez seja inconsciente o vocábulo usado em gramática, que sempre me pareceu bizarro: Oração), estranhamente não conectando a conjugação à construção das frases.
Eu sou, tu és, ele é, nós somos, vós sois, eles são
Fizera eu, fizeras tu, fizera ele, fizemos nós, fizerdes vós, fizeram eles
Pra quê? Se ninguém usa, pois todo mundo esculhamba as conjugações, sejam jornalistas, escritores, nivelando tudo por baixo. Podes pegar o texto mais culto, a antologia mais cuidadosa, o texto mais pomposo. Nunca vi algum que não fosse total esculhambação de pronomes, preposições, verbos. Mesmo as obras mais pretensiosas usam o português popular, popularesco. Nunca vi e creio que nunca verei. Torturam as crianças estupidamente, pra nada.
E por falar em sistema mal-elaborado, me lembrei duma curiosidade do idioma castelhano, uma palavra impossível.
[Não existe idioma espanhol, e sim castelhano]
A palavra é o imperativo do verbo salir (sair), salle (sai-lhe). A forma popular errônea ¡Salle de aquí! (sai-lhe daqui!), deformando conjugação e uso pronominal, em vez de !Salgas de aquí! (Saias daqui!)
A tal palavra impossível é produto duma grotesca forma de construção da frase.
Mas o caso é que o tal bugue ocorre (ocorreria) porque em castelhano o dígrafo correspondente ao nosso LH é LL. Então salle se pronuncia salhe, quando deveria ser sale, porque, sendo idioma mais arcaico, não usam hífen pra anexar pronome ao verbo e não cai o L supérfluo (como o N em inmediatamente, imediatamente, castelhano e português, respectivamente).
O imperativo de salir é salgas. Salle é uma forma arcaica e esdrúxula, criada por literatos pomposos, que mais deformam que enfeitam o idioma.
— ¡Salgas de aquí!
Outro exemplo é o popular dime, quando o simples e correto é digas.
— Digas lo que quieres
em vez do popular e falsamente erudito
— Dime lo que quieres
Pra ordenar alguém a sair (segunda pessoa) se usaria te e não le (lhe). Le é prà terceira pessoa. O problema é que o uso popular é errôneo, confundindo a segunda e a terceira pessoas: Le en vez de te, suyo en vez de tuyo, en vez de ti, etc. O mesmo problema ocorre em português.

Coleção de cartão-postal de Joanco








terça-feira, 10 de janeiro de 2017

[Última atualização: 10.01.2017]
Maria é o nome mais comum no Brasil. Tanto é que na tevê um humorista, não me lembro se Juca Chaves ou Agildo Ribeiro, contou que se quisesse entrar nalgum prédio bastaria dizer, na portaria, Quero falar com dona Maria. Improvável ali não ter alguma Maria. Em minha repartição havia as fichas dos processos antigos, em papel recortado do tamanho dum cartão-de-visita, como os dados, pra se localizar, tudo manuscrito e ordem analfabética, antes de informatizar o órgão. Quando aparecia alguém procurando um processo antigo torcíamos pra que o autor não fosse Maria, pois o bolo de ficha referente a esse nome era imenso.
O nome é tão popular que há muito faz parte do folclore, justificando um dicionário-referência.
Ave-maria - Nome duma oração católica, que significa, em latim, salve!, Maria
Banho-maria - Forma de aquecimento brando na qual o objeto a ser aquecido não é exposto diretamente ao fogo e sim na água duma panela ao fogo
Biscoito-maria - Um tipo muito popular de doce feito com farinha de trigo, açúcar, óleo e essência de baunilha. O nome maria, ou marie noutras línguas, está gravado na superfície, com desenhos intrincados na orla. Enquanto o rich tea, um tipo de biscoito inglês, é o mais popular no reino unido, é o biscoito-maria quem faz a delícia noutros países, em particular Portugal, México, Austrália, Brasil, Índia, África do Sul e Espanha. Esse biscoito pode ser consumido como sanduíche com manteiga ou leite condensado, ou coberta com mel, geléia ou marmelada. É muito popular entre as crianças, sendo especialmente dado a bebê após desmanchado em leite. É também um ingrediente utilizado na confecção de receita de sobremesa. https://pt.wikipedia.org/wiki/Maria_(bolacha)
E que vantagem Maria leva? Expressão proverbial quando alguém se depara com situação ou proposta na qual não vê lucro nem vantagem. Ou seja: Troca 6 por meia-dúzia ou sai perdendo.
Erva-de-santa-maria, mastruz - (Dysphania ambrosioides) Espécie de planta com flor pertencente à família amarantácea. Uma das plantas mais usadas contra parasita no Brasil, desde verme até parasita doméstico.
João e Maria - (Hansel und Gretel) Conto-de-fada dos irmãos Grimm.
Maria - Forma grega do hebraico Míriam, inglês Mary, francês e alemão Marie. Não é o feminino de Mário.
Maria Bonita - A companheira do cangaceiro Lampião. Nome duma tradicional marcha carnavalesca.
Acordes, Maria Bonita
Levantes pra fazer o café
O dia já vem raiando
e a polícia já está em pé
João Paulino e Maria Angu  - Bonecos gigantes do carnaval paulista. Câmara Cascudo, Dicionário do folclore brasileiro
Maria-branca - A lavadeira-mascarada (Fluvicola nengeta), também conhecida como lavadeira, noivinha, viuvinha (zona-da-mata mineira), maria-branca, maria-lencinho, bertolinha ou pombinho-das-almas e senhorinha, é uma ave passeriforme sul-americana pertencente à família dos tiranídeos. Nalguns lugares no nordeste também é conhecida como lavadeira-de-deus. O nome científico veio do latim fluvius, rio, e do tupi nheenguetá, sussurrando: Pássaro ribeirinho que sussurra.  http://www.wikiaves.com.br/lavadeira-mascarada
Maria-cachucha - Dança espanhola de par solto, sapateada, com castanhola e cantada. Diziam que da Andaluzia.
Maria-cadeira - Na Bahia. Maria-cadeirinha em São Paulo. Coche-quebrado (carro-quebrado) na América hispânica. Cadeirinha do estado do Rio de Janeiro e nordeste. Brinquedo infantil do tipo carneirinho, carneirão. Câmara Cascudo, Dicionário do folclore brasileiro
Maria-chica, balão-faceiro - Dança de Campos, estado do Rio de Janeiro, fazendo parte duma espécie de quadrilha denominada Maria-chica
Maria-chuteira - Mulher interesseira, caça-fortuna, que assedia os jogadores de futebol milionários. Por extensão, mulher que só quer homem rico.
María Comiquera - Pseudônimo de María Paz Lira Toro (MP), de Santiago, musa dos escaneadores de gibi chilenos.
Maria-é-dia, marido-é-dia, peitica - (Elaenea flavogaster) Pequeno pássaro cujo canto onomatopaico (marido-já-é-dia) repete distintamente a frase que o batizou popularmente na Amazônia. É muito recordado por quem viveu naquela região mas comum em todo o Brasil. No nordeste se chama maria-já-é-dia. A peitica nordestina (Tapera nevia) dizemos sem-fim, correspondendo ao saci do sul. Câmara Cascudo, Dicionário do folclore brasileiro
Maria Dusá - Romance de Lindolfo Rocha. A história é ambientada numa região de garimpo a diamante na Bahia, em 1860, um ano depois da terrível seca que ficou conhecida como fome de 60.
Maria Escandalosa - Marcha carnavalesca de Klecius Caldas e Armando Cavalcanti, Carnaval de 1955
Maria-fumaça - As antigas locomotivas a carvão, porque expeliam muita fumaça
Maria-gasolina - Mulher interesseira, que só namora homem que tem carro ou carro caro
Maria-isabel - Carne picada cozida com arroz. Alguns confundem com arroz-carreteiro, que é carne-seca picada com arroz, com condimentos que deixam o arroz pardo.
Maria-Lata-Dágua - Nascida em Diamantina, Minas Gerais, em 1993, Maria Mercedes Duarte ficou conhecida como Maria Lata Dágua. Residindo no Rio de Janeiro, se tornou importante passista das escolas de samba, especialmente na Portela, onde desfilou durante 45 anos. Sua marca inconfundível era sambar carregando uma lata dágua na cabeça. Através do Carnaval do Rio de Janeiro deu visibilidade positiva à figura da mulher negra trabalhadora e lutadora. Encerrou a carreira de passista em 1991. http://criola.org.br/?page_id=481
Maria-louca - Aguardente fabricada em prisão. Foi citada em primeira vez no livro Estação Carandiru, de Dráuzio Varella, produzida secretamente pelos presidiários. A fabricação envolve elaborado processo de fermentação e destilação.
Maria Louca - Maria I (Lisboa, 17.12.1734 – Rio de Janeiro, 20.03.1816). Jaz na basílica da Estrela, em Lisboa, aonde foi transladada. Batizada infanta Maria Francisca Isabel Josefa Antónia Gertrudes Rita Joana, foi rainha de Portugal entre 1777 e 1816, sucedendo a seu pai, rei José I. Foi ainda princesa do Brasil, princesa da Beira e duquesa de Bragança. Ficou conhecida pelo cognome de A Piedosa ou a A Pia, devido a sua extrema devoção religiosa (foi, por exemplo, quem mandou construir a basílica da Estrela, em Lisboa), e também como A Louca, devido à doença mental manifestada com veemência nos últimos 24 anos de vida. https://br.answers.yahoo.com/question/index?qid=20061209103657AAnmG0g
Maria-macumbé - Brinquedo infantil de esconde-esconde, pra que uma, que fica de costas ou de olhos vendados, as procure e agarre alguma. O mesmo que pique. Câmara Cascudo, Dicionário do folclore brasileiro
Maria Maria - Telenovela baseada no romance de Lindolfo Rocha Maria Dusá. A história é ambientada numa região de garimpo a diamante na Bahia, em 1860, um ano depois da terrível seca que ficou conhecida como fome de 60.
Maria Mariá - Samba-canção de Benito di Paula
Maria-mijona - Menina ou mulher vestida com saia, calção ou vestido deselegante, mais comprido do que deveria ser. Batata-do-mar, salva-da-praia (Colpomenia peregrina), planta da família das convolvuláceas.
Maria-mole - Doce típico brasileiro, feito com açúcar, clara em neve, gelatina incolor e opcionalmente coco ralado pra cobertura
Maria-molha - Anamburucu, orixá da chuva do candomblé baiano, aportuguesado como Maria-molha ou Maria-das-pernas-longas. Câmara Cascudo, Dicionário do folclore brasileiro
Maria-passa-na-frente - oração pra abrir caminho, um abre-ala católico
Maria-das-pernas-longas - Anamburucu, orixá da chuva do candomblé baiano, aportuguesado como Maria-molha ou Maria-das-pernas-longas. Câmara Cascudo, Dicionário do folclore brasileiro
Maria-preta - Cordia verbenacea. Planta da família boraginácea, também conhecida como maria-preta, maria-milagrosa, catinga-de-barão, pimenteira, salicina. http://www.plantasquecuram.com.br/ervas/maria-preta.html#.V_ALV5grLIU Solanum americanum Mill. Família asparagácea.  Maria-preta, maria-pretinha, aguarágua, aguaraquiá, aguaraquiá-açú, araxixu, caaxixá, carachichu, caraxiocu, caraxixá, caraxixu, erva-de-bicho, erva-mocó, erva-moura, guaraquim, guaraquinha, pimenta, pimenta-de-cachorro, pimenta-de-galinha, pimenta-de-rato, sué, erva-de-santa-maria.  (foto de Anderson Porto) http://www.tudosobreplantas.com.br/asp/plantas/ficha.asp?id_planta=21398 Nome de várias aves: Maria-preta-de-penacho (Knipolegus lophotes) , Maria-preta-de-bico-azulado (Knipolegus cyanirostris) , Maria-preta-do-nordeste (Knipolegus franciscanus), Maria-preta-bate-rabo (Knipolegus aterrimus) .
Maria-sapatão - Lésbica, pelo estereótipo de que a mulher masculinizada tem os pés grandes, popularmente número 44.
Maria-sem-vergonha, beijo-turco - (Impatiens walleriana) de origem africana. Tudo nessa Maria é desavergonhado. A maneira como cresce, tão rápido que lhe rendeu o nome científico Impatiens, impaciente, incapaz de esperar. A forma como as cápsulas arrebentam ao contato: Basta um raspão pra que arremessem longe as sementes, daí o outro nome popular, beijo. O jeito dado como se reproduz, bastando um galhinho e alguma umidade pra logo enraizar. E, claro, a capacidade sacana de pular cerca, extrapolar muro e jardim, pra se aninhar sob árvore nativa, em mata fechada, se espalhando tão depressa quanto tiririca, comportamento duma sem-vergonhice tal que lhe rendeu um rótulo, esse, sim, vexatório: Invasora.
É que de moça comportada num vaso dentro de casa, logo sai do controle e invade reservas florestais e áreas de proteção de mananciais, fazendo sombra às mudas de espécies nativas, que não conseguem se desenvolver embaixo dela. Por isso, em várias cidades brasileiras, o cultivo dessa graciosa flor africana está regulamentado, quando não proibido.
Sua popularidade é facilmente compreensível: Pega em qualquer pedaço de terra, mesmo nos solos mais pobres. Existe em grande variedade cromática, com flores brancas, rosas, roxas, laranjas, vermelhas e bicolores, de pétalas simples ou dobradas, que florescem o ano todo. É barata, fácil de achar e vai bem até em ambientes sombreados, colorindo áreas internas em casas e escritórios. Por ter caule e folhas carnudos, capazes de armazenar água, agüenta passar alguns dias sem água, mas o ideal é regar, mantendo a terra sempre úmida.
É uma boa opção de flor para canteiros embaixo de árvores, onde a grama não cresce direito. Deve ser cultivada em duas partes de terra e uma de matéria orgânica (usar composto ou húmus de minhoca). Evitar molhar as flores, pra não manchar nem diminuir sua durabilidade. Lançada no Brasil em 2012, a variedade de folhas bicolores pode passar mais tempo no sol que as de folha verde escura, mas no geral essa espécie prefere sombra ou penumbra, com muita luz natural, mas sem a incidência direta de raio solar.
Com o tempo, vai ficando com flores e galhos fracos. Notando esse comportamento, podar as pontas dos ramos. Se pode tirar muda, mergulhando a parte cortada num copo com água até enraizar. Não é recomendada pra cidade no sul do Brasil por não suportar frio e geada. Mesmo nas regiões mais quentes do país, mudanças bruscas de temperatura podem causar queda de folhas e botões. Se os caules ficarem pretos e moles, diminuir a rega. E fiscalizar as folhas regularmente, pois o ar seco pode favorecer o surgimento de praga, como ácaro e mosca-branca. Adubar a cada 15 dias durante a primavera e o verão, usando um fertilizante líquido misturado à água da rega (um NPK 10-10-10, por exemplo). E ficar de olhos bem abertos, pra que a moça se mantenha comportada no vaso ou canteiro e não vá se engraçar em jardim alheio. http://minhasplantas.com.br/plantas/maria-sem-vergonha/
Maria-tola - Nome popular dado no estado de Minas Gerais a uma ave: Guaracava-de-barriga-amarela, tucão. Ave passeriforme da família tiranídea. Também conhecido por guaracava, guaracava-de-óculos, guracava, maria-tola e tonto (Elaenia obscura). Do grego elaineos, cor de azeite, verde oliva, e do latim obscura, obscuro, escuro: Ave verde oliva escura.  http://www.wikiaves.com.br/tucao
Maria-vai-com-as-outras - Pessoa com fraca personalidade, muito sugestionável pela maioria, que sempre se submete à decisão do grupo, a mercê do efeito-de-manada.
Mariazinha-da-praia - Entidade do candomblé que foi uma pessoa real. O refrão da canção tradicional é assim:
Mariazinha da beira da praia
Como a mulher roda a saia?
É assim, é assim, é assim
É assim que a mulher roda a saia
Nem todo dia é santa Maria - Provérbio que avisa que nada é garantido: Mesmo quando as coisas dão certo em série, de repente pode dar errado.
Três Marias - Nome popular dum asterismo de três estrelas que formam o cinturão da constelação de Órion, o caçador. Outro nome popular presse grupo é Três Reis. As estrelas, facilmente identificáveis no céu pelo brilho e alinhamento, têm o nome de Mintaca, Alnilã e Alnitaque. A constelação tem a forma dum quadrilátero com as Três Marias no centro. As estrelas que formam o cinturão de Órion são facilmente identificadas no céu e são um importante alvo pra se localizar diversas estrelas e constelações. https://pt.wikipedia.org/wiki/Tr%C3%AAs_Marias_(astronomia)
Três Marias - município brasileiro do estado de Minas Gerais. Usina hidrelétrica do estado de Minas Gerais.
Três-marias - Nomes populares: Primavera, buganvília, três-marias, santa-rita. Nome científico: Bouganvillea glabra; B spectabilis e B hybrida. Planta genuinamente brasileira, que ficou conhecida e muito popular mundialmente após ter sido coletada por Louis Antoine de Bougainville, almirante francês que navegou em volta ao mundo no século 18.  http://florplantas.blogspot.com.br/2009/01/primavera.html
Virgem Maria - A segunda divindade do catolicismo, adaptada das deusas-mães das primevas religiões matriarcais. Segundo Laurence Gardner, em Os segredos perdidos da arca sagrada (Lost secrets of the sacred arks), editora Madras, 2007, o conceito de Maria como virgem é erro de tradução, pois significaria simplesmente moça, e não virgem no sentido atual.



Álbum Garbage pail kids
Gangue do lixo, Basuritas, La pandilla basura… As figurinhas maravilhosamente nojentas que infelizmente não conheci na infância.
Figuras caricatas extremamente criativas, que só são chocantes pra mentes embotadas chafurdando numa moral hipócrita e politicamente correta, o idiotas da objetividade.
Um vídeo de apresentação. Embaixo a conexão Mega pra baixar .cbr, não um álbum específico mas figuras que o postador foi juntando na internete.
Mas no país de origem a coleção está viva. Tem muito cartum de Hilária Clinton e Donaldo Trampa:
Em português:
http://suppaduppa.com/2009/04/06/gang-do-lixo/

Coleção de cartão-postal de Joanco